segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Fantasma das Actas Passadas


Em muitos dias de dois mil e onze, por diversas horas, realizaram-se em imensos locais várias reuniões presididas por vários e com a presença de peixes-lua diversos e com a seguinte ordem de trabalhos.

Antes de mais peço desculpa pelo desaparecimento virtual da Amiga Imaginária. A Amiga Imaginária esteve imaginando-se e a ser imaginada, como sempre, mas apenas não o relatou, porque estava a estudar para os exames (aos quais, grandiosamente, passou na primeira fase – excepto anatomia, que não conta) e porque não havia aulas chatas onde escrever isto. Por isso passarei a fazer um pequeno resumo dos acontecimentos, por ordem cronológica e o melhor que conseguir fazer.

Dia 13 de Julho de 2011 estivemos em casa da McSousa. Jogámos poker e ao Eu Nunca, bebemos muito, fumamos dois animaizinhos fofos e vimos um pénis que excretava notas de música e que é “o caralho”. Andrè e Cristina foram piores que a Lady Gaga.

Dias 16 e 17 de Julho foi o Super Bock Super Rock e eu fui ver o Fogo da Arcada. Gostei muito. Antes do Fogo da Arcada enrolei-me no chão durante Portishead, porque eles não estavam a colaborar comigo. O som ouvia-se mal. Uma gaja deu-me uma cotovelada e eu dei-lhe outra e depois o namorado dela veio atrás de mim para me bater. Bebemos Don Simon e fizemos um anúncio para o Don Simon, que há-de ser encabeçado pelo Günther e pelo Miyavi e que canta “Yo quiero Don Simon, Yo Quiero Don Simon! Quieres Don Simon? Si? Non! Se a ti te gusta, a mi me encanta”

Dia 22 de Julho estivemos em Almada. Acho que foi aqui que estivemos em casa do Andrè a fazer combinações maquiavélicas para um plano maquiavélico. E depois partiu-se uma garrafa de moscatel que eu tinha levado (tudo o que eu levo se parte!) e depois eu expeli oralmente uma linda catarata cor de framboesa.

Dias 29 de Julho a 6 de Agosto fomos concretizar a maquiavelês para uma linda terra chamada Fat Hill. Lá fizemos muitas coisas interessantes. Houve quem nadasse nu na praia, houve quem recebesse um compensan, houve quem sofresse a humiliation, houve quem abraçasse quadradinhos no chão. Estivemos no Paddy’s, que agora é o McGinty’s, a beber Sex on the Beach e a cantar no karaoke e eu abracei o Mr. McGinty. Fomos a Ayamonte, mas o zoo estava fechado. Fomos à procura da Lagoa de Monte Gordo, que foi inventada pelos Aliens, e fomos parar a um local escuro perdido no meio do parque de campismo, onde os carros se enterraram na areia e havia um barranco por onde eles podiam cair. Tive medo, porque havia zombies. Jogámos ao Party and Co e jogámos aos papéis na testa. Eu não sei quem fui, mas sei que ao Andrè meti Jesus e a Chicholina. Vimos filmes e o Kenny vs Spenny, mas só o Andrè e o DJ quiseram ver o Perfect Blue, que lhes atrofiou a mente e os fez ter esperança nas minhas escolhas cinematográficas, mesmo que sejam cinema de animação Japonês. Fomos tambéwmà praia durante o dia, eu cheguei a ir uma vez sozinha e dessa vez mergulhei, porque a maré estava baixa (não molhando assim os joelhos da Natacha). Não fomos nem apanhar conquilhas nem fomos à praia da Retur. Mas vimos o centro, e concluímos que o serviço no Docinho era péssimo, mas que os churros São Mateus eram os melhores. Vimos o centro e ajudei o Johnny a escolher um vestido para a Ana Maria, ele queria amarelo e vimos vários, mas ele achava sempre que não lhe iam ficar bem e eu não sabia o que dizer porque também não tinha a certeza que lhe iam ficar bem. Excepto aqueles com grandes decotes. No entretanto, apareceu o misterioso pokémon Kapa, que apanhámos com o microondas. Graças a ele vimos dragões, deixámos de sentir dor superficial, vimos putos a dançar na escada do prédio em frente, mas eles eram mutantes e houve alguns que foram comidos, e eu chamei uma gaja que ia a comer uma costeleta na rua de “mamute, seu ganda mamute”. Só o Chico Norris ficou de fora, a ver o Requiem for a Dream e a pensar que isto é aquilo, quando não é. Entretanto, eu tornei-me na verdadeira Coitadinha, assim vestida de princesa, saia curta e justa, sem o cinto a dar, tanta ideia boa debaixo do penteado, e aquela branca toda a destoar. Mas não me fez mal à narina, passado algum já tudo entrava naturalmente. Como se eu fosse uma princesa. E possivelmente os vizinhos, a Abuela e a Madre, viram-nos a apanhar o Pokémon Special K e pensaram outras coisas irreais.

Em anexo, foto da letra K.

Ah, e o Chico Norris definiu “amor” como “sofrimento”. Eu defini como “arco-íris” e nunca mais me deixaram em paz.

De dia 7 a 11 de Agosto fui a Estocolmo com a minha mãe ver o concerto de Nosso Senhor que está lá no Festival Cultural do Uesugi Kenshin a fazer de Uesugi Kenshin. A minha mãe não foi ver o concerto. Vimos muitas coisas, incluindo o Palácio Real, o museu do Nobel e o Museu Nacional. Andámos mesmo de barco, aquilo é só pseudo-canais feitos de mar. Comprámos muitas coisas nas H&Ms originais e comemos barritas ao lado da campa de um presidente que foi assassinado pela extrema-direita quando estava a voltar do cinema. Chovia. E então a minha mãe deixou-me na fila para o concerto do Senhor (Gackt) às 11 da manhã e passou-se mais ou menos o seguinte:

Esperei e falei com uma rapariga que estava ao meu lado. Depois chegou uma rapariga mais velha e pus-me a falar com ela. Já tinha tirado a minha bandeira de Portugal e tinha-a colocado em cima dos meus joelhos. Entretanto apareceu a Finlandesa Korpikettu que eu tinha conhecido no Livejournal. Tentei mandar informações ao Rasmus, mas nada de respostas. Tinha dito no dia anterior que estava a caminho mas que estava com a namorada. Veio um senhor sueco dizer-nos que estavam cerca de 100 pessoas à nossa frente. Entretanto, duas Finlandesas passaram com uma bandeira Finlandesa para todos assinarmos. E duas Suecas passaram com a bandeira do Show Your Heart. Entretanto, estavam pessoas acampadas à porta do local e elas levantaram as suas tendas, pelo que avançámos. Depois disso conheci as duas Finlandesas que ainda estavam mais atrás e falei-lhes sobre drogas e sobre a comunidade do Anime em Portugal. Mais umas horas e avançámos mais, ficando de pé. Ainda não referi que esteve a chover o tempo todo. Oh pois esteve. De tempos a tempos aparecia um homem que dava informações civilizadas em Sueco, do tipo “tenham cuidado a descer as escadas” e “não corram porque o chão está molhado”.

E entrámos. Comprei o merchandise que queria (o top versão B, o leque e o poster versão A. Ainda pensei comprar o Photobook, mas tinha muito Jon), deixei a mala no bengaleiro e fui para dentro depois de subir muitas escadas. Encontrei as minhas novas amigas, cujo nome nunca aprendi, sentadas em quinta fila, com umas gordas à frente. Sentei-me também. De repente, todos se levantaram e uma gorda gigantesca, uma verdadeira valquíria, caiu à nossa frente. Fiquei para trás para a ajudar a levantar, mas ainda assim fiquei algures entre a quarta e a sétima fila. Entretanto, tudo igual ao ano passado. Até a forma do palco era igual, só a bandeira mudava. Até os Nocturnos de Chopin que estavam a tocar eram iguais, e desta vez não tive dúvidas de que não era o Gackt a tocá-los. Passou-se um grande bocado e a sala mal enchia. Para o fundo, muito pouca gente. Mas ali à frente estava o Inferno. Eu sentia a chave do bengaleiro dentro das botas de biqueira de aço que a Jo me emprestou e tentava esquecer-me dele. De repente, técnicos de som. Eu berrava “força técnico”, mas eles não percebiam Português. E passado outro grande bocado apareceu a voz off do Secretário do Gackt, que nos disse a mesma coisa que no ano passado. Achei graça outra vez, mas não tanta. E finalmente, passado os tais cinco minutos que ele disse (osu!) veio a banda. Eu preocupava-me em ver os microfones, mas afinal os microfones eram para a bateria. Toda a gente histérica. E Ele…. Ele estava ali, outra vez. Senti-me em casa. E, um detalhe, o Jon afinal não é um maldito como eu pensava. O Jon é um gajo porreiro e o Jon até é um gajo giro. E a partir de agora não vou voltar a falar dele. E também não tenho muita coisa a dizer sobre o próprio Gackt. Estava lindíssimo, como sempre, parece mais desajustado com o cabelo castanho e curto. Olhou para nós com ar de mau o tempo todo. Aliás, fez mesmo o “olhar mau nº2” para mim, ao que eu me comecei a rir, porque eu sei que Ele não é assim, que aquilo é só a personagem do Presidente da Associação de Estudantes (osu!). A setlist tinha muitas músicas novas, por isso não a sei de cor, mas sei que tocou:

Uma nova chamada “The End of Silence”, que é fixe mas não é assim nada de extraordinário (apesar de ser no single do YFC);

A Lu:Na, a Nine Spiral, a Speed Master, a Mind Forest em Inglês, a Jesus e a Justified.

A Episode.0, que foi muito fixe, mas não tão fixe como a Ever no ano passado.

Uma nova que é “qualquer-coisa-em-kanji musume”, que diz “I hate you I hate you” and “I want to fuck you fuck you” e é toda em Inglês. Não se percebia nada, mas era tãããão boa, mas tão boa. Pena a coreografia parva, porque a música é excelente para dançar e, aparentemente, tem uma letra mais porca do que a Vanilla.

Falando nela, a Vanilla. Eu nem percebi que era ela, aquela que eu sempre ambicionei ouvir ao vivo, porque em vez de trompetes tínhamos o Chacha na guitarra a fingir que era um trompete. Mas depois quando eu descobri, meu senhor, foi a loucura. Os meus pés nem tocavam no chão.

A nova balada, que há quem diga que se chama “Show your heart”. Foi tão linda, mas tão linda, que eu comecei a chorar enquanto a ouvia.

Depois fui para trás, para ouvir o Encore lá atrás que estava mais calmo. O encore era a Uncontrol e eu sabia que a Uncontrol é um bocado descontrolada. Estava cheia de vontade de me ir embora, toda borrada de maquilhagem e lágrimas, toda despenteada e o raio, mas lembrei-me das palavras do Secretário do Gackt: “quem desistir terá de cometer harakiri”. Não podia desistir.

Mostrei a minha bandeira de Portugal muitas vezes. Só no final, no finalzinho mesmo, é que Ele largou a máscara de bicho mau e anti-social e nos disse que éramos a família dele. Quase que caiu com o cansaço, mas ele também não podia desistir. Agradeceram-nos muito. O povo Sueco é realmente uma brutalidade, só bisontes a amocharem-se todos malucos, apanhei montes de porrada (mas também dei, está claro). O Chacha ficou para trás e só faltou dar-nos as cuecas. Nã apanhei nada, mas agora também estava muito atrás. Mas toquei na camisa do Gackt quando ela passou nas mãos da rapariga que a apanhou. Ainda pensei em agarrá-la, mas seria mesmo muito mau, não seria?

Depois voltei para o hotel de táxi, depois de um momento de partilha com a Korpikettu. O Rasmus disse meia hora depois de ter saído toda a gente (porque sim, eu esperei) que estava a sair. A minha mãe teorizou que a namorada dele pensava que eu a ia seduzir, que coisa mais ridícula. No dia a seguir encontrei-me com o Afterglow no lobby do hotel e foi engraçado, o AG – também conhecido por Monkey Boy – ser um metaleiro que dá nas anfetaminas, feito Coitadinha.

No dia 12 de Agosto fomos a Almada e estivemos na casa do Chico Norris a jogar aos papéis na testa, em que eu fui o Capitão Iglo e a Miss Piggy e dei o Anakin Skywalker à McSousa e o Porquinho Babe (de vingança) à Maria Ana.

No dia 13 de Agosto fomos a Almada e estivemos na casa do Chico Norris a jogar ao Superpoly, do qual o Monopólio é reles imitação. A Cristina foi a rainha do Superpoly, eu tinha tudo e perdi tudo. Depois eu, a Cristina e o Andrè viemos para minha casa, onde vimos um filme do Almodóvar com freiras a dar nos ácidos e no cavalo e abrimos em segredo uma garrafa de vinho do meu stepfather.

No dia 20 de Agosto organizei um jantar de pizzas cá em casa. Vimos o dvd do documentário da tour europeia Yellow Fried ChickenZ, isto é, do Gackt. Só vimos até à Lu:Na, gravada em Barcelona, e eu não me estava a aguentar. Gostei muito de O ouvir a falar do seu tempo com os Malice Mizer, a passear em Paris, e gostei de os ver a todos completamente broados no autocarro, especialmente o Chirolyn, que até falou que bebeu água europeia e não foi bom (coitadinha). Mostrei-lhes muitas coisas na minha casa, e no meu quarto, incluindo a minha caixa do cosplay, e todos ficaram a saber como é que eu verdadeiramente vivo, onde é o meu habitáculo. Passeámos por Benfica de madrugada, tendo Andrè e Cristina ficado retidos na igreja. Vimos pessoas no jardim que foi construído por uma velhota aqui do bairro. O meu stepbrother estava connosco e viu-nos assim tal como somos. Achou a Ana Maria estranha por ela gravar coisas com o telemóvel.

No dia 21 de Agosto foi o aniversário da minha mãe e fomos comer a um restaurante chamado Darwin’s. Também fomos ver a exposição de mascotes Japonesas ao Museu do Oriente, mas aquilo (fora o Gundam que lá estava) não tinha piada nenhuma.

No dia 22 de Agosto eu quis estudar anatomia, mas o meu stepbrother convidou-me para ir jantar fora a um bar de sheeshas. Fumámos uma com sabor a maracujá.

No dia 25 de Agosto fomos ver Caruma às festas de Corroios. Assustei as crianças e falámos, outra vez, com eles no back stage (se bem que da última vez foi em frente do palco). Voltei a gritar que era a coitadinha e desta vez disse-lhes coisas sábias. Eles riram-se e agradeceram. Foi muito épico, mas também muitas músicas novas e muito pouca gente. Conhecemos uma moça igual à あな・さん.

No dia 27 de Agosto fomos ver Rui Veloso ao palco secundário de Woodstock. O Bernardo tinha voltado da sua viagem pelo mundo e eu fiquei muito feliz por o ver. Dei-lhe moscatel. Acabámos na praia da Fonte da Telha, com o Andrè a dizer que eu era má pessoa e os olhos a arderem-me. A moça igual à あな・さん estava lá.

E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.

Anexo: a Letra K

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