quinta-feira, 28 de abril de 2011

Piquenique dos Pokemons

    No dia dezasseis, vinte e seis de Abril de dois mil e onze, pelas onze horas, realizou-se em Quinta das Conchas uma reunião presidida por Shing e com a presença de diversos Pokemons e com a seguinte ordem de trabalhos.

    Um piquenique e uma acta.

    No dia de Páscoa, estava esta personagem dirigindo-se para almoçar grandiosamente, quando foi recebida uma mensagem informando de certo piquenique se iria concretizar na Quinta das Conchas, onde eu nunca tinha estado mas onde já tinha sido convidada para ir, nomeadamente por Ivone. Assim, no dia marcado, imediatamente após ter sido (aceite) num estágio curricular em Telheiras, dirigi-me certa de que estava atrasada ao metro da Quinta das Conchas.

    Afinal não estava atrasada, pois ainda estavam todos dentro da estação do metro. Admiraram a minha cesta de verga, obtida especialmente para fazer coordenações de roupa primaveris com cogumelos, e continuámos à espera de uma outra criatura que estava, nesse momento, saindo da sua casa na Bela Vista. Convenci-os a irmos indo para o jardim onde poderíamos esperar pela tal pessoa. Em vez de irmos para o jardim, fomos para uns bancos em frente da estação de metro, onde encontrei um cd de instalação de router e onde a populaça manifestava sinais evidentes de novafagice. Isto deixa-me, certamente, desconfortável, e devo apelar à primeira regra. Mas não a apelei na altura par não criar mau ambiente.

    Entretanto chegou o tal que vinha atrasado, mais uma rapariga magrinha. Fomos para o jardim, onde admirámos os Magikarps do lago e onde vimos um Magikarp Shiny, gigantesco. Depois comi a minha salada de alface, tomate cherry e peru, que tinha preparado especialmente dado que não posso comer batatas fritas. Estenderam duas toalhas de praia no chão e lá ficámos. Misteriosamente, apareceu o ファビオ・さん.Ele disse-me que nao havia aula de Japonês nesse dia, e eu expliquei-lhe que estava ali a propósito da Shing. Não lhe disse como estava contente por me terem convidado, mas a realidade é que estava mesmo contente, apesar de ser a única pessoa de saltos altos, porque para mim a socialização é uma coisa muito importante para a minha vida e gosto sempre de socializar com pessoas diferentes. Acabado o almoço, decidi fabricar um digestivo. Foi um fabrico acidentado, em que me esqueci de vários elementos, tendo de refazer o objecto para o conseguir ter apresentável. E, assim, descobri que ninguém à minha volta era fã de digestivos e que, até este momento, devem pensar que sou uma maluca.

    Falámos mal da Lumy e da Leo, que nunca me trataram especialmente mal e que espero que nunca o façam porque eu também não lhes quero mal nenhum. Falámos dos nossos projectos de cosplay, em que eu concluí que só faço cosplay de badalhocas. Ninguém conhecia a Meroko, no entanto, o que revela que eu vejo demasiado anime.

    Entretanto fomos ao café e aproveitei para comprar água. Todo o jardim me parecia uma enorme, uma gigantesca seara. Caminhámos muito tempo na seara.

    Contei as minhas histórias mais estranhas para entreter as pessoas e parece-me que gostaram. Pedi a todos que se apresentassem, mas não foi uma apresentação convincente porque não me lembro dos nomes de ninguém, excepto de uma Safira e de um Mochi ou Motchi ou Moxi, por aí. Reparei que as pessoas à minha volta se iam deslocando progressivamente até sairem de um sítio para estarem noutro. Alguns jogaram à bola, à rabia, outros saltavam à corda. Eu apenas admirei a situação e esperei que me falassem, porque queria conversar. Disse à Shing para não ter tanta raiva dentro dela, e ela falou-me da raiva dela. Eu consideri que a raiva até poderia ser justificada, mas que mesmo assim é mais simples quando vivemos todos na paz.

    Depois o tal Mochi ou Motchi pôs um casaco do Ash Ketchum (ou Red), um boné do Ash Ketchum (ou Red) e agarrou em pokebolas e meteu-se a caçar pidgeys, psiducks, squirtles e magikarps. Eu informei Andrea disto imediatamente, porque era uma visão certamente surreal, e depois pensei que bonita sessão de fotografias seria meter este Ash Ketchum a apanhar pokemons da vida real em Lisboa e arredores. Chamar-se ia Toni Ketchum ou Manel Ketchum e as fotografias seriam cruas e frias, com azulejos de tasca e com manchas de chichi nas paredes. Acho que lhe vou falar sobre isso. Eu contei-lhe que fiz cosplay de Arcade Star Dahlia mas ele, apesar de ter jogado os jogos de Pokemon todos de trás para a frente e na diagonal, não a conseguiu localizar. Mas eu não estava a mentir, e fiz realmente cosplay desta criatura.


    Depois ele e o ファビオ・さん sacaram de cartas pokemon e puseram-se a jogar. Eu já não me lembrava como se jogava, apenas me lembrava que a minha colecção de pokemons vintage está avaliada em qualquer coisa como quinhentos euros, mas voltei a aprender e quase que tive interesse em voltar a fazer um baralho e jogar. Os bichos são engraçados.

    Apareceram uns putos que me pediram um isqueiro. Foram mal educados, podiam ter dito "é só para fazer uma ganza" em vez de dizerem "olha, já te devolvo". Ainda assim desejei-lhes uma boa trip quando voltaram.

    Depois decidiram que iam passear à Jikai, loja de banda desenhada e outras coisas do género, e eu achei que não valia a pena ir para uma loja apenas olhar para as coisas, gritar, e não comprar nada. Por isso fui-me embora. ファビオ・さん concordou comigo e veio embora também.

E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Três Eventos


No dia dezasseis, vinte e dois e vinte e quatro de Abril de dois mil e onze, pelas várias horas, realizou-se em distintas localizações várias reuniões presididas por mim, McSousa e PCP e com a presença de vários e com a seguinte ordem de trabalhos.

Este presente documento tem em mente três distintos momentos de distintas categorias que, por falta de vontade de relembrar algumas situações que envolvem a minha imaginária pessoa, foram fundidas feito Sangoku numa única acta.

Primeiro evento: o ir ao Bairro Alto

Estava bem vestida, comecemos por aí. Tinha ido às vacas com o meu conjunto floral e botas de borracha e sido chamada de Anita vai à Quinta. Depois fui ter aula com o meu conjunto floral e fui chamada de Anita vai à Cirurgia. Conheci uma menina pequenina, irmã de uma colega, que pensava que eu era mesmo assim todos os dias. Depois fui falar com toda a gente e toda a gente me disse que iam a um concerto de guitarra acústica nos Capuchos. Isto entristeceu-me profundamente, pois por momentos pensei que fosse ficar a noite de sexta-feira em casa. Entristeceu-me tanto que fui absolutamente desmotivada para o Bairro Alto ter com não sei quem, mesmo que fosse sozinha não me fazia diferença. Precisava de sair de casa. De uma forma ou de outra, estava lá a Ivone, no aniversário do Spear, por isso podia ir ter com eles e mostrar a minha faceta colorida aos meus colegas da faculdade que ainda não a viram.

Mas depois mandaram mensagem a dizer que garantidamente vinham ao Bairro Alto e aí fiquei mais feliz. Mas não deixa de, de certa forma, ter sido desesperante esperar por todos no Camões.

Ficámos muito tempo em frente do Rua. Em frente do Rua descobrimos um bar com uma sangria de frutos vermelhos, que acabou num instante, precisamente no momento em que eu a ia comprar. Em frente do Rua, também, um monhé maligno tentou vender-nos óculos escuros. Johnny perguntou se ele fumava, e ele ficou hesitante. Mas depois acabou por nos vender três pares de óculos escuros, cada um mais estranho que o outro. Depois sentei-me ao lado do Andrè e expliquei-lhe que estava triste e porque é que estava triste. E devo ter parecido mesmo ridícula, porque me parti e depois demorei a apanhar os meus bocados. Entretanto, eu tinha uma prenda para o Spear, que já tínhamos começado a beber e já ia a meio. De repente, apareceu a Ivone. A Ivone disse-nos onde estavam eles e nós decidimos ir buscar cerveja antes. Fomos buscar cerveja ao pé do Indie Rock e depois ficámos lá um bocado a cantar Ornatos Violeta (e a sua discografia enorme). Andrea roubou o meu chapéu, que me tinham proibido de continuar a usar porque Anita vai ao Bairro Alto era algo demasiado perigoso para ser continuado. Mas depois devolveu-mo. Adoptámos um Filósofo pelo caminho.

Descemos e procurámos a Ivone. Encontrámos a Ivone e eu dei ao Spear o resto de Moscatel que era a prenda dele. Bebeu-o de um só trago. Depois perguntámos se a Ivone teria verde, e ela deu-nos verde. Não era essa a minha intenção quando lhe perguntámos, mas ela foi fofa e ofereceu-nos à mesma. Abracei a TaSi e outros colegas, e entretanto o Bushes vinha a descer a rua e abracei-o também. Ele disse que os meus abraços eram bons, e ainda bem porque eu treino muito. Eles foram para o Lux e nós fomos para o Berlin.

Dentro do Berlin é que as coisas começaram a correr mal. Não me aguentava em pé, não aguentava o calor, não aguentava a música. Saí. Entrei. Voltei a sair. Fiquei. Morri. Depois tentei levantar-me e o mundo não ficava quieto, por isso tive medo e tive raiva de ter medo e de estar a meter medo a toda a gente, mas tinha medo à mesma. Agarrei-me ao Chico Norris com todas as forças e ele, com todas as forças, evitou que eu caísse e morresse ainda mais. Depois pedi para me dirigirem a um lugar mais discreto, e alguém – acho que foi o Filósofo – me deu um copo de água com açúcar. Depois disso a história chama-se Anita vai ao Grego.

Segundo Evento: poker em casa da McSousa

Sexta-feira seguinte era noite. Tinha estado bastante doente com um vírus de estirpe H1, mas estava mais ou menos curada. McSousa, à falta de melhor programa e porque não queria passar frio (estava algum), convidou um jogo de poker em casa dela. Peguei no meu casaco mais quente, o que tem pêlo na ponta, e lá fomos.

Quebrei a minha dieta a comer línguas de gato com o paté de atum da McSousa.

Depois ensinaram-me a mim e ao Peru a jogar ao poker. Jogámos, mas entretanto estavam sempre a sair-me mãos manhosas e comecei a revoltar-me. Durante esta noite Andrè viu Meca e Jerusalém, onde Cristo estava – alegadamente – a ser crucificado. A varanda dos fumantes era muito baixa e causava certo medo de cair lá para baixo e morrer. A conversa pairou no sexo muitas vezes, mas consegui categoricamente evitar participar.

Ganhei dois euros no poker e depois jogámos ao olho. Devo esclarecer que cada conjunto gigante de fichas valia um euro, por isso ganhei duas vezes aquilo que investi, com ajuda do Peru, que me ofereceu os doze cêntimos que lhe tinham sobrado.

Entretanto eu e McSousa dançámos sincronizadamente enquanto Andrè fazia o Robert Smith cantar na sua t-shirt.

Depois houve intensa discussão entre Johnny e Chico Norris. Tão intensa que até a Groupie (Groupie do Guitarrista, evidentemente), se lançou aos gritos a ladrar. Não podíamos fazer barulho, por causa dos velhotes que dormiam no quarto em baixo, e o Guitarrista fartou-se de ralhar comigo como se eu fosse uma criança mal comportada. Coisa que sou, mas não deixei de me sentir intimidada. Este dia já havia sido marcado pelo drama, drama esse que tenho tentado evitar a toda a força simplesmente não participando nos momentos decisivos, drama esse que já tinha gerado discussões. E de repente uma outra discussão, tão desagradável. Tão escusada. Porque não podemos todos perdoar-nos uns aos outros? Eu prefiro guardar todas essas opiniões para mim e não incomodar ninguém. Dizem-me que tenho de deixar de ser neutra ou acabo sozinha, mas se eu disser as minhas opiniões que ninguém gosta, mais depressa acabo sozinha. Vamos acabar todos sozinhos façamos o que fizermos, e isso deprime-me, foi por isso que eu deprimi no primeiro evento. Mas até lá, devíamos viver todos na paz.

Para acalentar mais a discussão, o Guitarrista sugeriu jogarmos ao lobo. Como eu estava sempre a ser morta, passei a ser eu a contar a história, e contei-a com todos os detalhes possíveis. Chico Norris não gostou da minha história.

Depois fomos embora, apanhei o barco e fui para casa.

Terceiro Evento: 25 de Abril

Neste dia fui quebrar a minha dieta a um bom restaurante de comida tradicional, onde me enfartei com queijo de cabra até não caber mais nenhuma substância comível. Depois tentei sondar o destino das pessoas. Aparentemente iam para o Seixal, onde não me apetecia nada ir porque era tão longe e depois não tinha maneira de voltar. Além disso, tinha estado a ouvir os Deolinda, a banda que ia tocar ao Seixal, e não apreciei a música em que ela finge que é Brasileira e falha tanto que até faz doer. Entretanto descobri que a McSousa esta disponível para me aturar durante a tarde e segui para Almada. Lá chegada, descobri que lhe deram um copo na BP.

Fomos ter com a Andrea e o Wolverine ao café do teatro, que por acaso estava aberto e que, por acaso, não tinha mais ninguém. Lá admiramos a funcionalidade de a minha saia funcionar como mesa, graças ao saiote que tinha por baixo. DJ havia telefonado a falar de um jantar e descobrimos que afinal íamos todos ao mesmo jantar. Seguimos, ainda ficámos um tempo dentro do carro a olhar para o catálogo da Mango. Entretanto os meus novos sapatos do Principezinho começaram a apertar o meu dedão com alguma insistência.

O restaurante era Grego, e tinha comida Grega, mas não parecia ter gente Grega. Estava-me a doer a cabeça e a garganta por isso pedi a Andrè que me trouxesse medicina quando viesse. A doença ainda estalava em mim. Não bebi nada, só água, e a minha alimentação reduziu-se aos vegetais. Descobri que foi McSousa a pessoa que deu ao Macau a notícia da Catraia, a tal de que a Enfermeira Joana tinha falado. Chegou o Chico Norris, ficámos a admirar uma loja de tralhas um bocado mais à frente e eu concluí que aquela loja era uma entrada para a Diagon-Al. Passámos em casa do Chico Norris para ele me trazer um benuron, e depois deixei os meus sapatinhos no carro da McSousa, porque o meu dedão estava a chorar.

E fomos para o local das festividades. Lá encontrámos Andrè e Johnny, mais amigas, e fomos para um local resguardado ver lesmas. Existiam várias lesmas de vários tamanhos. Johnny deitou-lhes álcool em cima e elas pareciam absorver, como esponjas. E lá andavam elas todas bêbadas, a dirigirem-se ao tabaco e outras coisas. Uma delas envolveu um papel como se fosse um poring de Ragnarok. Depois acumularam-se todas num canto que devia ser o ninho, pois havia lá uma pequena, e espalharam o álcool em sua volta. Era uma lesma party. Johnny perguntou se eu queria ter filhos, e eu disse que sim, desde que ficassem sempre pequenos, para eu os vestir. O que é inteiramente verdade, e já pensei muito nisto e chego sempre a esta conclusão. Para os vestir com roupas fofinhas.

Voltámos e havia um mar de gente. Uma certa criatura de “ritmos quentes” abanava-se no palco. E depois veio gente discursar. Isto perturbou-me, certamente, porque parecia que lhes ia dar uma coisa má, ou uma epifania, ou algo assim. Acabaram e ao som do Grândola Vila Morena começou o fogo-de-artifício. E foi a coisa mais linda de se ver. Estavam tão próximas de mim, as luzinhas, e havia algumas que eram estrelas, outras que eram purpurinas. Depois eu e McSousa olhámos melhor e vimos um balão em forma de unicórnio (com asas) a voar em direcção ao fogo-de-artifício. Ele voou, e voou tão longe que se transformou numa estrela. Foi tão bonito. Se bem que o remix das músicas que passaram durante o fogo foi certamente estranho.

A party de lesmas continuava lá. Passámos pelo sítio onde tínhamos estado, eu, Andrè e Chico Norris, e estava lá uma criatura que me fez medo. Demos uma volta maior e procurámos mais escadas, mas em nenhum sítio era bom e voltámos para o mesmo canto. A criatura que me fez medo avia desaparecido. E Johnny chegou. E voltámos.

Ouvimos um concerto de uns tron treko tetrapot não sei das quantas, e eu durante o tempo todo imaginei a mais estranha das fanarts de Vocaloid, que era com todos os personagens reunidos num círculo, no meio do Bairro Alto ou assim, a enrolar uma ganza todos contentes, mas cada um com o seu estilo e cada um a fazer mais ou menos a sua coisa, um a fumar, a outra a beber uma litrosa, e assim por diante. Hei-de tentar fazer isso.

E entretanto passou a minha hora de ir para casa e ficámos condenados a ficar lá para sempre. Sentámo-nos na esplanada do café do outro lado dos fogos e lá esperámos. McSousa foi-se, na companhia de um amigo dela que era médico mas que ela nem sequer me apresentou (apesar de ter dito para eu lhe piscar o olho apesar de ele não ser giro. Quem diria!), e chegaram os outros.

De repente, senta-se um homem na mesa, à nossa frente, e fica um bocado de tempo a olhar para mim. Eu fico também um bocado de tempo a olhar para ele. E processa-se a seguinte conversa:

“Olá”

“Olá”

“Eu hoje faço 35 anos”

“Parabéns”

“Tenho de ir, que a minha mulher já está fodida”

“Boa noite”

E, do nada, apareceram Johnny e a Libelinha, que vinha a reclamar que ninguém lhe ligava nenhuma e ninguém lhe dizia nada. Pois. Depois apareceu a Cristina e o seu irmãozinho, vindos directamente de Deolinda, que tinham adorado. E fomos para as piscinas.

Nas piscinas jogaram à bola e entornaram uma garrafa de sangria em cima da minha otome saia com fotos de cães dentro de molduras e com um saiote por baixo. Eu e Andrè isolámo-nos e ele disse-me que estava com pressa e ânsias e eu disse-lhe que não valia a pena. Jogámos ao Lobo outra vez, e eu fui a contadora da história por isso tive de inventar cada vez mais histórias diferentes, coisa que incomodou o Chico Norris de sobremaneira. Mas eu não podia fazer outra coisa, pois era a única maneira que eu tinha de me divertir no jogo. Apareceu a polícia, que nos disse que podíamos ficar mas para ficarmos mais silenciosos. E chegou a minha hora.

Descemos a toda a pressa para Cacilhas, onde me despachei para ir apanhar o barco. A cancela estava fechada e dizia Fim de Embarque, olhei para o segurança em pânico e à medida que ele se aproximou para ver o que era as portas abriam-se. Por isso passei por baixo da cancela e corri.

                E no barco tive a seguinte trip:

[20:11] <ladyxzeus> let me share the trip with you guys
[20:11] <ladyxzeus> i arrived home thinking about talkingabout it
[20:12] <ladyxzeus> but nobody was online
[20:13] <snomennescio> :D
[20:13] <snomennescio> Please do :D
[20:14] <ladyxzeus> so, i was coming back from the city wheremy friends live, at the other side of the river
[20:14] <ladyxzeus> to get through the river, we have to go ona boat
[20:14] <ladyxzeus> and they have this new huge boat, that isalso a ferry
[20:14] <ladyxzeus> it's blue and white inside
[20:15] <ladyxzeus> so, i sat a bit away from everyone
[20:15] <ladyxzeus> but immediatly after, two ladies sat infront of me
[20:15] <ladyxzeus> but instead of sitting right next to each other, they sat with a seat between them
[20:15] <ladyxzeus> they were talking loud all the way, theywere probably working during that morning (this was the firstboat of the day at 5:20 am)
[20:16] <ladyxzeus> ah, and faced to the seats, there is ahuge window that lets you see the river and the city
[20:16] <ladyxzeus> anyway, i was thinking about what shouldi do when i got home, because i was still high and had nothingto do
[20:16] <ladyxzeus> suddenly, it occured to me that i shouldtalk about elizabeth
[20:17] <snomennescio> heh
[20:17] <ladyxzeus> and i pondered
[20:17] <ladyxzeus> what actually makes elizabeth atrustworthy character
[20:17] <ladyxzeus> i concluded at first that it was the eyes
[20:17] <ladyxzeus> they have no eyelids for most of the time
[20:17] <ladyxzeus> and they were bright as daisies
[20:17] <ladyxzeus> then i concluded that it was the fact thatit has no fingers
[20:18] <ladyxzeus> therefore its hands were made of metal
[20:18] <ladyxzeus> of magnets, to be more specific
[20:18] <ladyxzeus> and, inside, the whole creature was ametal cross
[20:18] <ladyxzeus> which makes elizabeth equivalent to jesus
[20:19] <ladyxzeus> that would be the reason why it onlytalked through writing sentences in boards
[20:19] <ladyxzeus> because if we hear the voice of jesus
[20:19] <ladyxzeus> we could die
[20:19] <ladyxzeus> and it just liked us enough to not to kill us
[20:19] <snomennescio> Nice
[20:19] <ladyxzeus> the hairy legs were another issue iconsidered

[20:19] <ladyxzeus> in fact, i considered about the pattern ofthe boxer shorts the hairy legs were using
[20:20] <ladyxzeus> and then i concluded jesus was a hairyand smelly otaku without a girlfriend
[20:20] <ladyxzeus> that's why that episode in which elizabethgets a family exists
[20:20] <ladyxzeus> to transmit the fact that it's not real
[20:20] <@santetjan> that makes me think of that mangaabout jesus and buddha.
[20:20] <ladyxzeus> through that episode
[20:20] <ladyxzeus> they transmited the fact that the conceptof family
[20:20] <ladyxzeus> can't be achieved with the actual state ofsociety
[20:21] <ladyxzeus> and the rest was me thinking on how toturn this into a logical text
[20:21] <ladyxzeus> ta-da =_=
[20:22] <@santetjan> well. i'm sure he/she/it/they is nowcertain to be inducted.

E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.


^É “a” Elizabeth

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Festa no Inferno


                No dia nove de Abril de dois mil e onze, pelas oito horas, realizou-se em Redentora uma reunião presidida por Johnny e com a gente conehcida e gente desconhecida e com a seguinte ordem de trabalhos.

                No início, havia o Inferno. O Inferno pareceu-nos, desde esse momento, um local bastante interessante. Na realidade havíamos visto tal festa no Inferno que desejámos imediatamente lá ir. Pensámos "vamos comprar bilhetes para o Inferno no quiosque dos Restauradores, porque eles têm bilhetes para tudo!" Iríamos lá pedir um bilhete para o Jigaku, ou para Shin Makoku, pois assim eles iriam realmente à procura. Depois, quando saíssem da nossa vista, todos os trauseuntes da praça desapareceriam e iriam sendo substituídos por monstros típicos de encontrar no Inferno. E aí aconteceria a festa como relatado no seguinte clip:


                Para voltar poderíamos, evidentemente, apanhar o barco.

                Por isso segui para Almada, onde iríamos jantar naquele fatídico local: a Redentora. Devo referir que tinha convidado o jovem Apokas, que havia manifestado desejos de sair com pessoas crescidas já há algum tempo. Pelas cinco da tarde, revelou que não sabia como voltar à sua habitação, em Massamá, a partir de Almada, quer fosse no barco das duas ou no barco das cinco. Procurei pelos seus comboios, para ser simpática, mas nenhum lhe agradou e disse que ia pensar. Assim, informei Chico Norris que não iria dar boleia a duas pessoas, mas a uma. Que era eu. Comprei um Don Simon, apesar de estar ligeiramente atrasada, no Pingo Doce do Sodré.

                Na Redentora descobrímos que  jantar mais ou menos privado que tinhamos imaginado afinal era uma reunião, uma fusão, entre dois grupos distintos que, através de uma série de perigosos saltos mortais, Johnny havia - acidentalmente - reunido. Isto incomodou Andrè grandemente, pelo que depois do jantar - onde lhe falei da fantástica viagem mental que é Kuchuu Buranko - pagámos a nossa parte (a minha referia-se a um prego vegetariano, que trazia arroz e ovo que não comi e cogumelos que não comi e batatas que nem pedi e uma salada salgada e metade de um queijo que não devia ter comido devido à minha rigorosa e pavorosa nova dieta que me promete fazer perder de três a cinco quilos e voltar a ficar magra e bonita) e fomos beber para a rua, onde havia um enorme cinzeiro com base para copos.

                Falei a Johnny da letra Kapa, tentando esclarecer mitos acerca desta letra grega, tão simples mas tão desconhecida. Não consegui dado que, evidentemente, nunca ninguém acredita nos seus amigos imaginários. Conversámos com algumas pessoas-quaisquer que lá estavam e depois aconteceu o DRAMA. Havia garrafas que não tinham sido pagas. Eu e Andrè tinhamos pago uma a meias. Estávamos de consciência limpa, mas ainda assim havia sete garrafas que não tinham sido pagas e, como de costume, a responsabilidade caiu sobre Johnny. Eu tentei contribuir mais, mas não tinha mais moedas.

                E entretanto resolveu-se a situação e fomos para Almada Velha, a tal. Andrea tinha aparecido e queria por todos os meios ir para o Bairro Alto, mas a minha anterior experiência de Bairro-Alto-no-Verão tinha sido pavorosa (vide Jantar da Primária) e todo o Universo me dizia que não era esse o caminho certo a seguir. Fomos para as Piscinas, onde bebemos o Don Simon. As Pessoas que não conhecíamos ou que conhecíamos mal mantiveram-se connosco, apesar de serem ruidosas. Descobrimos que a casa de banho do Santuário do Rock agora tem uma chave que se deve pedir ao balcão. Devem ter-se lembrado daquela situação em que a Mauritânia teve um ataque de qualquer coisa lá dentro e ficou lá durante algumas horas a tentar vomitar ou a gritar ou as duas coisas ao mesmo tempo.

                Andrea apareceu com uma gelada garrafa de traçado que ela como rainha do gelo tinha gelado. Wolverine também apareceu por esta altura. E depois encontrei a Ivone e fomos comprar tabaco e moscatel a um sítio que desconhecia, chamado Curica, que é o nome da cadela da Enfermeira Joana lá do hospital. Entre o aparecimento da Andrea e da Ivone devem ter acontecido mais coisas. Lembro-me de uma, logo quando chegámos, mas apenas desta. Estávamos, eu e Andrè, no carro do Chico Norris e descorimos a Antena 2. Estava a dar tal música poderosa que Andrè subiu o volume. Eu tive de fugir. Sei também que Johnny e DJ tinham desaparecido, mas depois voltaram a aparecer, misteriosamente. A Cristina estava com o seu irmão, e questionei-me porque é que eu e a minha irmã não podemos ter uma relação saudável. Gostaria de a poder trazer para o Luna Fish Club, mas ela é uma chunguette e só quer ir a sítios chamados Loft e chamados Vacas Loucas. Não gosta de peixes. Entretanto falámos, nem sei porquê nem a que propósito, à Ivone da letra Kapa. A Ivone entrou em pânico, e praticamente que se ofereceu para ser a nossa nova tripsitter, dado que o Chico Norris é tão tripsitter como nós. Depois Johnny falou-me de coisas que ou eram importantes ou não eram e eu disse-lhe coisas que eram importantes não o sendo ao mesmo tempo. Quis ir ver o túnel que tinha um estendal, mas ninguém quis vir comigo.

                Algures por esta altura, a Cristina e eu e o Andrè e mais alguém que eu não sei quem era, fomos para uma zona habitacional, onde nos sentámos a ouvir ladrar os cães. Estávamos muito bem sentados quando nos convidaram a ir para uma casa. Eu não queria ir, mas obrigaram-me. Tinha um grande jardim e escadas e uma varanda, era uma casa bem gira, mas eu não me sentia segura dentro dela e quis ir-me embora. Se calhar até chorei até me deixarem ir embora, mas o Andrè lá percebeu que eu não conseguia lá estar. No entanto... No entanto, de alguma forma, entendemos que a Cristina estava bem e que iria ter connosco depois e deixámo-la lá ficar. Não o devíamos ter feito, e peço desculpa à Cristina por o ter feito. Eu às vezes sou uma pessoa muito egoísta. Não é de propósito, por isso quando eu estiver a ser assim peço que me avisem. Tento ao máximo não pensar em mim, mas quando não me imaginam eu tenho de me imaginar a mim própria. Isto é claramente um erro de concepção que deve ser corrigido.

                Ficámos mais nas piscinas, creio, e depois fomos a um miradouro, dizem, mas eu não me lembro. Depois enfiámo-nos nos carros e seguimos para alguma parte. Assim que chegámos entendi que já lá tinha estado, uma vez, com a  Libelinha e com o Johnny e com a Andrea. Lembro-me da Libelinha a dançar e a a fazer anjos no chão de cimento, quando ela ainda fazia anjos. Estávamos em frente de um arco que dizia, em azulejos, Bairro Social. Era escuro. E como era escuro, achei-lhe graça e decidi ir explorá-lo. Lá fui, mais ou menos á espera que fossem atrás de mim. Ouvia as vozes deles lá longe, a discutir quem é que se ia levantar para me vir buscar, dado que eu estava a andar descontroladamente para ver uma certa folha de uma certa árvore que era extraordinariamente interessante. Quando comecei a voltar para trás, já Johnny e  Andrè vinham a caminho. Decidimos continuar a percorrer aquele lindo jardim, uma estrada rodeada por árvores, ladeada por misteriosas casas com misteriosas florestas de árvores da borracha por todos os lados. Andámos muito. Mas era bonito. E eu sentia-me bem. Estava bem vestida, com a minha farda escolar de rendilhado falso da Putumayo, a marca de roupa que tem uma raparida pirata com uma pala no olho, a fazer malabarismo com facas em cima de uma bomba. Sinto-me sempre bem quando estou bem vestida, devia andar bem vestida mais vezes. Ou demos a volta ou voltámos para trás, não sei. Depois esperámos que fosse a minha hora.

                Quando a minha hora chegou, fomos para baixo. Apanhei o barco e pensei em absolutamente nada. Apanhei um taxi e só pensei que o taxista estava a ir por áreas muito estranhas e desconhecidas da cidade. Paguei mais do que o habitual...

                No dia seguinte de manhã, ainda sentia os efeitos do carbono complexo no meu corpo. E compreendi, finalmente, que tinhamos estado no Inferno. Se voltámos ou não, saberemos esta semana.

                E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Jantar da Primária

    No dia um de Abril de dois mil e onze, pelas nove horas, realizou-se em Chez qualquer-coisa uma reunião presidida por Fátima e com a presença de parte da turma de 1993 do EML e com a seguinte ordem de trabalhos.

    É certo que se tratava dos anos do Zé Gato, mas a realidade é que eu já tinha prometido que ia a este jantar. Mas que vinha a ser este jantar? Tratou-se da segunda reunião dos alunos da turma de 1993 do EML, isto é, um jantar da primária e pré-primária, com presença das professoras e tudo. De facto, este era o nosso segundo jantar com este tema, e o primeiro foi estranhamente divertido. Acabámos no miradouro do Bairro Alto a fumar ganzas, com um grupo dividido e eu - no meu belíssimo Dear Celine - no meio a tentar compreender. A solidão da juventude manteve-se nesse momento. Desta vez, no entanto, fomos menos pessoas. Mas, como novidade, apareceu a Francisquinha. Eu neste dia levava a minha saia de cogumelos, que levou a um freak malabarista me gritar "COGUMELOS MÁGICOS PARA TI!! <3". Devo dizer que me sentia extraordinariamente bem, como costuma acontecer cada vez que levo um saiote. Já tinha estado a passear, e a ler "O Templo Dourado" de Yukio Mishima, na Baixa e no Chiado - mas não limitada à estação de metro - porque a minha aula acabou às seis e meia e eu estava convencida que o jantar era às oito.

    O jantar compôs-se de um belíssimo bife e vinho e sangria, o que era mesmo necessário devido ao preço abusivo do menu (18 euros, eu pessoalmente esperava que os pratos fossem todos feitos de ouro) Fiquei entre a Inês Chora e o Francisco Morais (peço perdão por colocar estes nomes, mas estes são os nomes pelos quais eram conhecidos na primária e, de certa forma, funcionam como pseudónimos, porque agora já ninguém is chama assim), com a Bia (a educadora de infância) à minha frente.

    E assim falámos de diversos assuntos:

    - De como eu e a Margarida Belo ostracizávamos a Margarida Martins, não a deixando subir àárvore maior (que tinha dois lugares para sentar, três com algum talento, mas a terceira pessoa ficaria sempre afastada), justificando que nós éramos esquilos e ela era um urso.
    - De como eu rugia e arranhava as pessoas como um jaguar, porque pensava que era um.
    - De como o vão da escada era um lugar dificílimo de obter e, quando o obtíamos, diziamos sempre "está ocupado", apesar de ser nojento e de cheirar a urina.
    - De como a Filipa Fiadeiro partiu um pé a descer do beiral de uma janela, sem sequer cair. Ela apenas pousou o pé no chão e subitamente não conseguia andar.
    - De como a Marta Smith tinha os pais divorciados e a Inês Chora escreveu uma carta para o tribunal.
    - Da nossa peça de teatro sobre o D. Dinis, que era toda em verso, da qual o Matias fazia parte como Bobo número 2 (dava jeito ter dois bobos para rimar)
    - Das nossas aulas, das quais lembramos apenas fazer teatrinhos com as cassetes da Disney como som de fundo. Eu era sempre um animal, e lembro-me de ser a Nana - cão da família Smith em Peter Pan - e de ser um esquilo aleatório em A Bela Adormecida.
    - Do primeiro teste em que tive Suficiente Mais, onde pintei a cara de um palhaço.
    - Da maior vergonha da minha vida, que consistiu em puxar os collants quando estava com um vestido de flanela verde, e toda a gente viu as minhas cuecas. A sala estava toda em silêncio, começaram todos a rir, eu ainda tentei aguentar mas não resisti começar a chorar.
    - De como eu chorava por qualquer razão.
    - De quando eu encontrei um passarinho caído no chão e a Fátima (professora da primária) pensava que ele estava morto e depois o Pedro Serrasqueiro meteu-lhe um pauzinho debaixo da asa, puxou-o e ele voou. Depois disso fiquei convencida de que o passarinho vinha todos os dias para a minha árvore (a tal grande dos três lugares. Por vezes só conseguíamos outra que só tinha dois) cantar para mim.
    - De como a Lara Bule não nos deixava jogar ao elástico.
    - De quando o meu poema nao foi escolhido para ser a música da Menina do Mar, que citava: A menina do mar/Com seu ar fofinho/Mergulhou no mar/Muito devagarinho/No mar havia sereias, anémonas e raias/O resto não me lembro
    - De como as nossas mesas do refeitório eram octogonais e tinham quatro lugares.
    - De como o Gonçalo Baptista tinha uma lista de alergias ao lado do lugar dele, porque era alérgico a tudo.
    - De como eu uma vez ia mascarada de leopardo no Carnaval e tinha uma máscara lindíssima cheia de jóias, com a qual não conseguia ver nada. A Fátima avisara-me, mas eu mantive-a e consequentemente caí, ao que procedi a chorar. Depois fomos ao cinema Turim ver o Todos os Cães Merecem o Céu, filme que dizem termos visto milhentas vezes na ludoteca. Mas eu não me lembro de ver filmes na ludoteca, lembro-me simplesmente de estar na ludoteca sem fazer nada.
    - De quando a Fátima puxou o Tiago Brissos pelas pernas e ele se agarrou às mesas a berrar "A Lili não! A Lili não!", e levou várias mesas pelo corredor afora até à sala da Lili, megera e professora da terceira classe. Isto traumatizou-nos a todos profundamente.

    Depois contei à Fátima que escrevo histórias sobre peixes para crianças, e fiquei de lhas mandar. Também falámos de animais, porque eu agora percebo deles, e do estado da nação, do qual me orgulho de não saber absolutamente nada além de que BRIC significa Brasil, Rússia, Índia e China. No intervalo para cigarro descobri que o Matias esteve no Boom e que agora vai para lá ajudar a construí-lo. O Bruno Ricardo deu-nos uma fita para escrever e eu desenhei um gato e disse que gostava dele na infantil, mas eu só sei disso porque os meus pais me contaram, eu cá não me lembro de nada disso. Lembro-me que pensavam que eu tinha medo das escadas, quando não tinha (evidentemente). Também não me lembro de alguma vez termos tido um periquito na Sala Rosa, mas aparentemente tivemos um que se casou com o periquito da Sala Amarela.

    Entretanto, o restaurante fechou e mandaram-nos embora. Dispersámos e eu, Francisco Morais e  Fátima seguimos para o Bairro Alto. Imediatamente, confrontada com a quantidade massiva de gente que lá estava, Fátima desistiu da ideia de se encontrar com a sua outra turma, que estava a fazer um jantar na mesma área nesse mesmo dia, e desceu.

    Por isso fui com o Francisco Morais para o Bairro, encontrando uns colegas dele pelo caminho e conhecendo uns amigos dos colegas dele. Falei-lhes de drogas pesadas e de castração de gatos. Depois apanhámos os dois um táxi, porque ele ainda mora ao pé da escola e eu moro um bocado mais para a frente e falámos de como tinham sido dos melhores anos das nossas vidas e sobre o Esquadrão Classe A, do qual não me lembro absolutamente nada.

    E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.