sábado, 28 de maio de 2011

Baile de Finalistas


No dia vinte e sete de Maio de dois mil e onze, pelas oito horas e meia, realizou-se em S. Domingos de Rana uma reunião presidida por Comissão de Finalistas e com a presença de Finalistas e com a seguinte ordem de trabalhos.

Um baile e uma acta.

Fui a um baile com um vestido vintage dos anos 70 e com o cabelo arranjado à la Hime style. Perdemo-nos várias vezes no caminho, fui galardoada com um prémio profundamente merecido, os meus pais gostaram muito. Não fiquei imensamente bebida, porque estava entre colegas, mas ainda assim abracei-os a todos e todos os meus professores presentes. Vi coisas estranhas e um vídeo fofo. Vou ter saudades desta gente.

Enquanto isso, um peixe-lua tinha encontros imediatos em Almada.

E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Roda de Choro


                No dia vinte e cinco de Maio de dois mil e onze, pelas nove horas e meia, realizou-se em Baixa uma reunião presidida por Andrea e com a presença de mim, Chico Norris, e DJ e com a seguinte ordem de trabalhos.

                Jantar nos Armazéns do Chiado, Roda de Choro de Lisboa e Loucos e Sonhadores do Bairro Alto e uma acta.

              Saí da minha aula de Japonês para ir ter com Andrea, com quem tinha combinado ir jantar aos Armazéns do Chiado. Como nesse mesmo dia já tinha quebrado a minha dieta pela primeira vez nessa semana, no Burger King do Colombo, delicioso, fomos investigar as saladas. A senhora da Loja das Sopas tinha atitude e o Capri era caro como tudo por isso fomos aos Vitaminas. Falava eu a Andrea do meu vestido para o Baile de Finalistas quando, por trás de nós, apareceram o R. e o Wolverine. Falámos sobre os amigos do Bongo da Andrea e de perspectivas de linhas perpendiculares e depois R. mostrou-nos o seu ipad, objecto cuja função ainda é um mistério para mim. Quase me convenceram a ir a Paredes de Coura, porque vai ser em Agosto e porque vão lá os Castelos de Cristal.

                Depois esperámos por Chico Norris e DJ, que viriam a caminho, e fiquei a saber que R. deixou de fumar e que ás vezes lhe faz falta para poder fazer intervalos para arejar as ideias enquato está a trabalhar. Dado que tanto ele como Wolverine tinham, efectivamente, de trabalhar no dia seguinte, foram-se embora. Esperámos mais e entretanto chegaram quem esperávamos.

                Fomos para a casa onde ocorria o concerto da Roda de Choro de Lisboa, que, fiquei a saber, era ao lado do Bora Bora - bar hoje em dia abandonado mas do qual a minha mãe me fala de vez em quando - e perto do Caldas, onde já foram tantas festas de anos. Lá chegados, pedimos bebidas e vimos que as pessoas dançavam. E que bem que dançavam. Havia um senhor em sapatos de dança que tinha uns movimentos de anca interessantes, e um rapaz para o qual as moças até faziam fila para dançar. Esse dançou várias vezes com uma moça que depois encontrámos na casa de banho, e que invejámos. Eu tive vergonha de ir dançar porque não sei dançar tão bem como aquela gente. Entretanto começou a ficar um calor demoníaco dentro da sala, cheia de gente a dançar ao som dos ritmos brasileiros da fofa banda que lá estava. Ficámos de pé no varandim do salão, a falar do Último a Sair e do facto de o Paulo Potas se vestir de mulher e se chamar Catherine Deneuve enquanto vai para o Parque Eduardo VII à procura de rapazinhos. Depois eu tive de me ir sentar lá dentro, porque não me aguentava com os pés. Uma indelicada criatura parou a ventoinha, que rodava de um lado para o outro, virado para ele. Estive para lhe dizer para não ser egoista, mas depois decidi não me aborrecer.

                Só quando saímos tivemos coragem de dar um passo de dança, e Chico Norris e Andrea ainda dançaram dois segundos, passando rapidamente dos ritmos mexicanos para a Carvalhesa.

                Íamos embora e reparámos nas casas em que gostaríamos de viver.

                Depois decidimos, um pouco contra minha vontade que tinha aulas às oito da manhã, continuar a noite no Loucos e Sonhadores. Ainda me questionei se não haveria um sítio mais cá em baixo, mas não havia. Lá, ouvimos a Gymnopedie de Satie e covers de Jazz de músicas interessantes. Andrea foi perguntar de quem eram as músicas, mas não souberam responder. Falámos sobre o que faríamos se ganhássemos o Euromilhões. Além de por o dinheiro a render na Suiça, conselho do Chico Norris, todos - menos DJ - tinhamos ideias sobre o que fazer com o dinheiro. Andrea poria a mochila às costas e iria ver o mundo todo. Eu dava um milhão ao meu pai para ele brincar e depois faria o meu café de cosplay. Não lhes disse, mas além disso arranjaria uma linda casa com um jardim cheio de coisas interessantes, muitos vestidos e um consultório veterinário de comportamento animal. Antes disso acabaria a minha educação e iria ao Japão. Chico Norris primeiro faria uma festa enorme e depois punha cada um de nós a trabalhar para ele. A mim dar-me-ia um café de cosplay para eu brincar. A Andrea seria a pessoa a escolher as obras de arte contemporânea para a sua colecção. DJ seria a pessoa encarregada de ir chatear as pessoas que o chateassem. Abriria um consultório para o Doutor Johnny e financiava o projecto de vida do Andrè. A Cristina seria a sua secretária.

                Depois fomos embora e à saída vimos que o cd que estava a tocar era do Richard Cheese. Também à saída vimos um recorte de jornal a dizer que o FMI ataca bifes do lombo. Descemos e fomos para o carro da Andrea, com cheiro a canela. Ao ir para minha casa os semáforos revoltaram-se e puseram-se todos vermelhos. Andrea lembrou-me o quão odeia Benfica. E depois dormi três horas e depois fui ter aula de cavalos.

                E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Fim do Mundo

    No dia vinte e um de Maio de dois mil e onze, pelas nove horas e meia, realizou-se em Almada uma reunião presidida por garrafa de rum e com a presença de mim, Chico Norris, Johnny, Andrè, Cristina e DJ e com a seguinte ordem de trabalhos.

    Uma viagem atribulada, visita ao novo Santuário, vodka e uma acta.

    Sentia-me inspirada por um filme antigo com o Nicholas Cage em que ele não aparecia com a mesma cara de sempre. Por isso decidi levar uma surpresa, denominada de Muahahaha. O Muahahaha fora comprado no Qualisuper, ao pé da minha casa, e foi uma decisão inspirada e momentânea. O Muahahaha era uma garrafa de Rum. Eu nunca tinha bebido rum e estava, evidentemente, curiosa em saber o que é que era. A garrafa tinha no rótulo um carro cor de rosa.

    Fui para Almada imediatamente depois de jantar e dirigimo-nos para o cefé do Ivo. Eu tinha falado com umas pessoas na internet e, para poder ser identificada caso me quisessem identificar, levava as minhas orelhas de coelho a combinar com o resto da roupa toda fairy-kei, com tutu cor de rosa e cardigan cor de menta. No café do Ivo, eu e Chico Norris esperámos e falámos sobre a grandiosidade do Grande Senhor Que É Em Tudo Sagrado. Chico Norris não acredita que é mesmo Ele a actualizar o Seu sagrado Twitter, mas eu tenho a certeza que é, pois respostas daquelas são impossíveis de ser concebidas por outra cabeça. Além disso, Ele já me respondeu a um e-mail, e a verdade é que foi mesmo Ele e não outra pessoa ou uma resposta automática. Depois chegou o DJ. Eu fui pedir um bolo de chocolate, por forma a quebrar a minha dieta pela primeira vez nessa semana, e esperámos arduamente por ele. Quando finalmente chegou, era delicioso. Entretanto chegou Andrè, que não queria falar do fim do mundo e me tentou convencer a fazer um ritual a fingir para uma grande produção Zé Gato que há-de vir a ganhar prémios em Cannes e em Berlim. Eu disse que não, veementemente, porque a minha religião é a única coisa com que eu não brinco e com a qual não acho piada brincar. Acredito que numa brincadeira destas há a possibilidade de abrir portas que não queremos abrir e que dessas portas saiam coisas que não queremos conhecer. Sem um controlo adequado, coisa que com toda a certeza não haverá nem, mesmo se eu quisesse ir, não me deixariam fazer porque tornaria toda a coisa menos artística, pode ser perigoso e nesta fase astral da minha vida não desejo que nada de mal lhe toque.

    Depois veio a Cristina e a sua mãe. Ficámos sem cadeiras porque a mãe da Cristina se apoderou da minha e o café estava cheio, por isso mudámos a mesa de sítio para perto de um murete, entornando algo sobre as mortalhas do Andrè no processo. A mãe da Cristina estava triste e infeliz porque tinha ido sair com umas amigas e tinha sido uma seca, por isso tinha vindo ter connosco para se animar. Espero tê-la podido animar, que todos nós a tenhamos animado, dado que ela estava realmente infeliz. Andrè tentava afastar a negatividade, mas parecia espalhá-la um pouco mais. Ele queria ir para o Santuário ouvir um DJ, por isso lá seguimos. Entretanto criou-se um problema. O meu Muahahaha seria suficiente para sobreviver toda a noite do fim do mundo (sim, porque o mundo era suposto ter acabado no sábado, isto é, no dia a seguir a esta noite. Isto segundo uma seita cristã Americana), sem nenhum Don Simon a acompanhar? Poderíamos comprar litrosas, mas ficariam quentes. Qual o mal de beber cerveja quente? Passam o tempo todo a fazê-lo na Irlanda. Decidimos ir às bombas de gasolina e lá decidimos comprar vodka. O homem que atendia era um pouco lento e limitado, e eu manifestei a minha injusta opinião de que pessoas lentas e limitadas chamadas Miguel não devem estar em bombas de gasolina quando eu estou na fila para comprar coisas na bomba de gasolina.

    Ao voltar, Chico Norris de repente parou a sua viatura. Eu e Andrè íamos com a Cristina. Ao vê-lo parar, parámos também. DJ abriu a mala do carro e levou as mãos à cabeça. Chico Norris olhou e pareceu horrorizado. O pior tinha acontecido. As duas garrafas, vodka e rum, tinham-se incompatibilizado dentro da mala do carro do Chico, talvez devido a uma condução veloz e travagens bruscas. A sobrevivente... Foi a garrafa de vodka. Continuámos, mas pelo caminho nós - no carro da Cristina - decidimos voltar para o lento Miguel e comprar outra coisa. Questionei-me se haveria rum ou se essa noite não seria a primeira vez que ia beber rum. Não foi. Comprámos outra garrafa de vodka e seguimos. Chegados às piscinas, encontrámos o Esteves com a arraçada de pointer e pitbull Cookie e um amigo. Ele ajudou Cristina a estacionar e foi-se. Nós decidimos fumar um pedaço da Holanda enquanto lá estávamos, e observámos coisas interessantes. Observámos que estava um zombie na parede. E que os zombies estavam por toda a parte. Na realidade, eu ouvia-os a urrar gritos de acasalamento ao longe. Estava a ser verdadeiramente assustador. Um pequeno barulho indicou-nos que os zombies estavam mais perto. Os zombies estavam mesmo por toda a parte. Observámos que a lua era o holofote do Batman e que as casas no topo da rua só eram atingíveis pelo Batman, que iria até elas a planar. E que os zombies viviam lá.

    Almada estava mesmo cheia de zombies.

    Levantar foi uma aventura certamente interessante e andar também. Pelo caminho decidimos por o Chico Norris de castigo, porque ele partiu a garrafa de vodka. Isto quando a Cristina nos lembrou que ele ia ficar zangado connosco por termos consumido um pedaço de verde sem o consultar. Lembrei-me outra vez dos zombies e passámos pela nossa casa, minha e do Andrè, que só se vê da parte de dentro e até tem móveis.

    O novo Santuário é menos interessante que o antigo, parece vulgar, apesar de ter uma esplanada. Fomos lá dentro e ouvimos The Cure. Voltámos para a rua, eu não me aguentava dentro do local por causa do fumo e do calor e do atrofio que é aquela gente toda, e encontrámos Johnny. Depois apareceu a Ivone, mas eu estava prisioneira atrás dos gradeamentos do novo Santuário e não podia sair. Falei-lhe dos zombies, ela disse que ainda não tinha visto nenhum. Depois ela entrou e fomos pedir um moscatel. Combinámos que no Baile de Finalistas ela e eu iríamos dar um giro, encontrar o canto mais fixe, e fazer daquilo a zona lounge do Baile, apenas com as pessoas certas. Ivone tinha-me mandado uma mensagem, que eu só vi depois disso. Dizia "onde é que andas caralho". Fiquei admirada pelo teor da mensagem, mas compreendi a urgência em saber a minha localização pois, como todos sabem, não só os zombies andam por aí como as câmaras municipais andam por aí a recolher os animais errantes.

    Informei a Chico Norris que ele estava de castigo e, inesperadamente para nós, ele levou isso profundamente a mal. Mal sabia eu que ia acontecer isto, ou então não teria sugerido colocá-lo de castigo.

    Entretanto Johnny falou-me sobre a minha vida. Questiono-me que parte da sua psicologia será verdadeira e como é que a minha vida vai mudar no Verão. É certo que se tudo correr bem vou com o Rasmus ver o Meu Sagrado Senhor à Suécia, e que se tudo correr ainda melhor o convenço a passear comigo por Estocolmo e me mostrar bares fixes, e que vou sozinha fazer esta viagem porque ninguém mais quer vir. É certo que poderá, eventualmente, haver Dominação do Mundo V 2.0. É certo que vou ver o Fogo da Arcada durante a época de exames. Talvez a minha vida mude realmente quando eu vir o Profeta pela segunda vez. Insinuaram que o Rasmus não é de confiança, o que é um dado adquirido porque não passa de um Finlandês que gasta 300 euros todas as noites a engatar gajas, mas mesmo assim quero encontrá-lo em Estocolmo para ter alguém que me ature depois do concerto, enquanto eu estiver a hiperventilar ou assim. Depois eu contei a história do labrador ao Johnny, e DJ apanhou-a no fim porque estava a falar com o Louis (que, por sinal, eu já não via há algum tempo).

    Depois Andrè e Cristina sairam do bar, porque estava a fechar e fizémos um esforço activo para pagar. Foi muito difícil pagar e Andrè tinha morrido.

    Voltámos a enfrentar os zombies no nosso caminho para as piscinas e voltámos a passar pela nossa casa que só se vê por dentro.

    Depois bebemos vodka e entrámos no plano em que Chico Norris estava amuado. Eu fui dar-lhe um abraço, mas ele falou individualmente com Johnny, Andrè e DJ, não necessariamente por esta ordem, e manifestou as suas razões. Isto foi intercalado com falar de carros e bolos e falar de carros outra vez. Falámos muito de carros e de como Chico Norris nunca mais ia conseguir vender ou trocar o seu carro porque ele se tinha tornado alcóolico. O vodka sabia bem e aquecia, porque estava a ficar frio e eu já tinha posto o meu casaco de lantejoulas douradas. Bebemos uma garrafa inteira, intercalando o desespero do Chico Norris com conversas de carros e com conversas que não me lembro de todo e que estão ausentes da minha mente. Dançámos ao som do carro da Cristina, mas era cansativo e o meu pulmão não aguenta. Acabei o maço de tabaco e passei a ter de cravar constantemente, coisa que eu odeio fazer e que evito activamente mas que não consigo parar de fazer quando necessito. Reparámos que estávamos os seis aventureiros que foram a Nárnia, mas que não estava lá a Sétima Pessoa.

    Depois decidimos que tinhamos de ir embora, ou então eu só poderia apanhar o barco das seis horas e quarenta minutos. Cristina desceu a rua a fazer uma espécie de rali e eu temi pela minha vida diversas vezes. Ela não costuma ser assim, mas esta noite estava assim. O mundo teria realmente acabado?

    Com estas questões, fui para casa. Tinha de acordar cedo no dia seguinte para levar os meus vestidos de baile à Jo para ela os experimentar.

    E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Aniversário do Chico Norris

    No dia treze de Maio de dois mil e onze, pelas oito horas e meia, realizou-se em Feijó uma reunião presidida por Chico Norris e com a presença de pessoal diverso e com a seguinte ordem de trabalhos.

    Bolos, unicórnios, jantar de anos, aparição da Nossa Senhora de Fátima, ida ao Bairro Alto e FPS de Zombies.

    No dia aterior ao ocorrido, eu tinha estado na internet, como habitual, e voltei a encontrar uma criatura maravilhosa, que me fascinara desde o primeiro momento em que a vi. Tratava-se de um bolo. Pensei "amanhã o Chico Norris faz anos, podia fazer-lhe este bolo!" Mas depois lembrei-me que a minha última tentativa culinária havia resultado em arroz verde - mas ainda assim excepcionalmente bom. Fui dizer a Andrè. Disse-lhe "ó tu que sabes cozinhar" e ele disse "só sei cozinhar comida". Mas decidimos tentar, pelo menos pelo prazer de poder colocar um bónus dentro do bolo.

    Vesti-me antes da aula de cirurgia, com a minha salopette - nome chique para fato macaco em miniatura - da Alice and the Pirates, e gloriosas tranças e gloriosa maquilhagem cuja intenção era a de ser uma boneca morta (se é que as bonecas podem morrer). Depois levei a forma de bolos da minha avó para casa do Andrè, comprámos uma litrosa pelo caminho, e começamos a pintar a massa que a mãe dele tinha deixado preparada. Antes acrescentámos o bónus de unicórnios, cortado como se fossem coentros e marinado em manteiga. Descobri o meu novo talento para pintar, sobretudo com a cor vermelha, se bem que o cor-de-laranja também ficou fascinante. Comemos a massa que ficou agarrada às taças e metemos o bolo no forno. Passado um bocado olhámos para ele, e ele estava-se a tripar. De repente, lembreime que tinhamos esquecido de untar a forma! Com caracter de urgência, telefonámos a mãe do Andrè, que nos disse para metermos o bolo dentro de algo com água e o deixar cozer em banho maria. E lá o deixámos. A tripar-se. A ter uma bad trip com o calor do forno. Picávamo-lo de vez em quando para ver se estava feito, mas nunca estava feito e quanto mais o picávamos mais ele parecia mirrar. Chegaram o DJ e o Esteves, e fomos ao Central comprar tabaco. E o bolo continuava em banho maria. Ainda falámos um bocado sobre uma nuvem e convidei Andrè para vir ao meu baile de finalistas (mas não vai, porque aquilo é bastante caro). Depois McSousa chegou e forçámos o bolo a ficar pronto, desenformando-o e cobrindo-o de purpurinas.

    Deixámos o bolo com o responsável do restaurante, a Tasca (ou Tasquinha?) do Ramos. Jantámos e eu quebrei a minha dieta, enfardando-me de todo o queijo que consegui obter. O empregado do restaurante ainda disse ao Andrè que ele estava todo queimado, e contemplámos dar-lhe do nosso bolo da felicidade. Íamos entrado e saindo do restaurante, a Libelinha roubou-me fumos e fumou-os, Andrè explicava a todos discretamente que não queria ir para o Bairro Alto. Eu só lhe dizia da sabedoria da minha 先生: não pensa. Ofereceram uma t-shirt ao Chico Norris, que dizia blablabla, mas ele não pareceu gostar muito, apesar de ter sido feita só a pensar nele. Cantámos os parabéns e depois nós anunciámos o fruto da nossa alquimia! As velas de fogo de artifício que eu tinha escolhido ficaram queimadas até ao tutano por isso o efeito não foi tão bonito, mas o bolo estava encantador. Chico Norris também não pareceu gostar muito da ideia, sobretudo quando Andrè anunciou que o bolo tinha particularidades. Mas comê-mo-lo e foi delicioso, um bocado doce segundo Johnny, devendo ser feito de chocolate segundo Fabiano, mas acima de tudo absolutamente feliz e contente e óptimo.

    Este era o nosso bolo. Era um arco-íris.



    E depois, apesar dos protestos de Andrè, fomos para  Bairro Alto. Agarrámos e soltámos a franga dentro do carro da Cristina. Íamos perdendo todos o barco, mas conseguimos.

    Lá em cima, Johnny falou-me sobre como está no Porto e de como é horrível estar lá sozinho e isolado do resto do universo, apesar de receber mais e de poder cumprir com obrigações éticas e morais. Andrea tirou uma foto assustadora com um monhé, parecia photoshop de um filme de Bollywood. Eu falei a Johnny de Dominação do Mundo V 2.0.

    E, tão rápido como chegamos, preparámo-nos para ir embora. Eu fiquei infinitamente triste, porque isso significava que tinha de levar a minha bebedeira para casa, e insisti muito que ficassem. Quase chorei, mas consegui não chorar e ficar ainda mais assustadora. Libelinha sugeriu ficar para trás comigo, mas eu não a deixei, porque só nós as duas não teríamos destino, e acabaríamos por ir para casa à mesma ou a ficar a olhar uma para a outra dentro de um pub de aspecto duvidoso. Fui descendo, ainda encontrei a Ivone na descida e contemplei ficar com ela por alguns segundos, e enquanto ia descendo Andrè dizia-me que iam continuar a festa do outro lado. Depois Chico Norris prometeu que me deixava nos barcos. E eu pensei para mim própria....

    Que sa foda.

    E quando dei por mim estava aos pulinhos a entrar dentro do barco para o outro lado, abraçando toda a gente de novo como se fosse a primeira vez que os visse nessa noite. Eles olharam para mim como se fosse a primeira vez que me vissem também.

    Após votação renhida entre ir para a praia - que eu não podia porque a minha linda salopette tem pêlo a toda a volta e ficaria toda cheia de areia - e ir para a Casa do Lord e ir para um outro sítio que eu não percebi, fomos comprar litrosas a bombas de gasolina. E fomos para a Casa do Lord, que - diziam - é uma casa abandonada na Charneca ou local semelhante.

    Quando disseram "casa abandonada", eu imaginei uma casa de madeira tipo filme Americano, cheia de móveis cheios de pó e de coisas giras para descobrir. Mas comecei a duvidar de mim própria assim que chegámos. Atravessámos um campo de ervas daninhas e de lama, que me picou as pernas e os braços, onde eu não conseguia ver nada. Estava de saltos altos, o que tornou tudo muito mais difícil, apesar de serem muito confortáveis. Depois descobrimos a casa, que era uma coisa térrea, enorme, como a minha casa de Nárnia mas muito maior. Não se via nada lá dentro e sentia-me a psiar vidros e outras coisas à medida que avançava. Não havia portas, pelo menos no lugar onde as portas devem estar. Procuraram velas e encontraram três, que acenderam. Chico Norris queria fazer uma macumba, mas eu estava cheia de medo e não deixei. Andrea também estava cheia de medo, mas passou-lhe. Havia pinturas nas paredes e um colchao, claramente infectado com SIDA, sifílis e hepatite. Ainda assim houve quem se sentasse no colchão. Zé Gato apareceu com um pneu de um tractor, que nos serviu de banco, e eu lá me sentei, agarrada ao Andrè, à espera que os zombies do First Person Shooter nos viessem matar. De vez em quando ouvia-mos gritos, e eu convenci-me que eram mesmo os zombies. Começámos a chamar pela Cristina, mas como ela não aparecia soubémos, nesse instante, que ela tinha sido morta pelos zombies. Fomos para a rua e encontrámos a Cristina. Afinal não tinha sido morta. Eu ouvia barulhos e ruídos diversos escondidos na noite, que podiam ser zombies, ou pior, zombies com SIDA ou sífilis ou hepatite. Ela tinha estado na capela, e Andrè foi vê-la. Eu tive medo. Johnny tinha dito para contarmos histórias de terror, eu gritara que não mas desde aí só me lembrava de uma história de terror que Andrea nos tinha contado quando fomos a Paredes de Coura.

    Depois desistimos, estávamos cansados, sujos e poderíamos ser mortos por zombies a qualquer momento, e fomos embora. A volta também foi difícil, pelo menos tão difícil como a ida, eu nem sequer sabia como atravessar certos sítios.

    E voltei para casa, observando os meus sapatos FLY cheios de lama.

    A história que a Andrea me tinha contado era assim:

    Uma mulher estava na floresta, com o seu cão. Um lindo labrador amarelo, que cheirava tudo e abanava a cauda de felicidade. Chegou a noite e ela encontrou uma cabana na floresta para descansar. Deitou-se e fechou a porta. Com o seu lindo cão deitado ao seu lado, olharam um para outro e adormeceram.
    De repente, ouviu um ruído!
    "Ping... Ping... Ping...."
    Ela assustou-se, mas sentiu o seu fiel cão a lamber-lhe as mãos e, reconfortada, voltou a adormecer.
    Mas passado algum tempo, ouviu outra vez:
    "Ping... Ping... Ping..."
    Sobressaltada, ia levantar-se, mas sentiu o seu adorado cão a lamber-lhe as mãos e voltou a adormecer.
    No entanto, voltou a ouvir:
    "Ping... Ping... Ping..."
    Desta vez, levantou-se, sentando-se na cama. Procurou uma vela e acendeu-a. E aí, viu.
    Pendurado no tecto estava o seu cão, morto, pingando sangue. E ao seu lado estava um papel escrito:
    "NÃO SÃO SÓ OS CÃES QUE LAMBEM"

    E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.

sábado, 14 de maio de 2011

Duas Noites em Almada

    No dia vinte e nove de Abril e no dia sete de Maio de dois mil e onze, pelas dez horas, realizou-se em Almada uma e outra reunião presidida por ninguém e com a presença de peixes-lua e com a seguinte ordem de trabalhos.

    Passeios em Almada e actas.

    Se a felicidade é a melhor moca, porque é que eu não estou a tripar?

    Foram dois dias distintos, aqui conjugados por serem antíteses irreais um do outro. é facto que são dois dias diferentes e que, consequentemente, precisam de actas diferentes mas, como o tempo urge até à próxima sexta-feira e como se passaram ambas no mesmo local de maneiras completamente opostas, estão aqui as duas, numa única só acta.

    Primeiro, dirigi-me a Almada. Queriam todos ir tomar café e beber cervejas, por isso fomos. Só depois vim a descobrir que esta era a noite de despedida do Santuário do Rock, que estava prestes a mudar-se para uma nova casa. Convidei a Shing para vir ter connosco assim que cheguei a Almada e esperei. Depois de esperar, telefonei ao Andrè, que não me atendeu. E depois de esperar mais telefonei à Cristina, que me atendeu e me revelou que estava já há um quarto de hora à espera em frente do local de onde eu tinha saído por estarem lá mânfios de aspecto ameaçador.

    E assim seguimos para dentro do Covil, que não se parecia nada com o Covil que eu conheço e que é o habitual. Em vez da música assustadoramente gógó que costuma lá estar dentro, era noite de 80s! Até os morcegos na parede pareciam estar mais neon. Pedimos uma sangria, aliás Cristina foi pedir uma sangria para nós e depois foi buscá-la, e a Shing telefonou a perguntar como é que se ia para Almada Velha. Extraordinario como uma pessoa que vive em Almada não sabia que Almada Velha era Almada Velha e sempre lhe tinha chamado Ginjal porque o elevador que há no miradouro vai ter ao Ginjal. Vi-a a chegar com o Ark pela janela quando me estava a dirigir à casa de banho. Foi difícil para mim ir à casa de banho, porque estava tudo escuro e eu estava com medo que aquilo estivesse fechado e não fosse suposto eu estar ali. Por isso Cristina veio comigo e depois indicou onde estávamos à Shing e ao Ark, pessoas sobre as quais havia grande curiosidade em saber como eram.

    Falei com eles sobre cosplay, do meu projecto de fazer a grandessíssima Manager dos Detroit Metal City e sobre como na semana seguinte iria dançar Marco Paulo vestida de Navegante de Júpiter. Eles falaram-me que iam fazer de Joker e Harley Quinn no hospício e eu ofereci-me para emprestar uma roupa de hospício, que tinha utilizado na Cantora Careca, se porventura a encontrasse. Avanço desde já que acabei por não a encontrar. Lembrei-me que não tinha trazido a minha fatídica bolsinha chinesa, e teefoná-mos a Johnny e Ivone para saber onde eles andavam. Não só por este motivo, mas também tinhamos saudades deles. Estavam os dois em Lisboa, na minha própria terra, e senti-me vagamente infeliz. Depois dançámos I Need a Hero e Shing e Ark foram-se embora pela meia noite. Nós fomos para o Santuário, onde estava a decorrer a tal festa de despedida da antiga casa. Estava cheio de gente.

    Eu estava desmotivada, por isso Andrè foi comigo ver o rio. E foi aí que ele me disse que a felicidade era a melhor moca, mas eu não estava com a moca e não estava feliz por diversas razões, que envolviam a minha relação com o mundo que me rodeia, a minha dieta, a medicina veterinária, o meu cosplay e o universo em geral. Ele lá me convenceu a perder o barco, e a ficar até às cinco da manhã em casa de alguém, na casa daquela outra pessoa onde tinhamos ido parar acidentalmente da outra vez.

    Encontrei a Vanda Larga, que eu conheço do universo do cosplay, e decidi alegrar-me com um belíssimo vodka limão, minha bebida de eleição. Animou-me logo, e ainda tive uma discussão pouco interessante mas acesa com um ex-presidiário cujos cães tinham ido de cana por terem mordido uma pessoa, coitadinhos que não tinham culpa nenhuma, e ele tinha andado na coca durante quinze anos mas que agora estava limpo e coitadinhos dos cães e pobrezinha da mãe dele. Assim aprendi que não devo mais falar com pessoas desconhecidas, sobretudo homens com tatuagens mal feitas, quando estou bêbada, porque podem ser ex-presidiários que não têm seguro para os seus cães, que eram todos rafeiros e não eram pit-bulls mas ainda assim foram parar ao canil, onde serão abatidos dentro de 80 dias se ninguém os for resgatar.

    Espero que tenham sido resgatados.

    Depois falei à Vanda Larga do cosplay e conheci o amigo dela que era brasileiro. Expliquei que também fui inventada semi-brasileira, e ainda falei com o sotaque do meu avô, mas acho que ele não acreditou em mim e pensou que eu estava a gozar com ele. Ele não sabe do trilegal. E entretanto fomos para a tal casa aleatória, que afinal não era assim tão aleatória. Surpreendi-me que o Skull, acho que foi esse o nome que lhe deram, ser do universo do anime e fiquei feliz por haver outras pessoas malucas como eu a ir a estes eventos para crianças. Espero encontrá-lo eventualmente um dia num evento maior onde eu não tenha de passar o dia no backstage, para nos podermos divertir.

    Na sua casa, que tinha um jardim rodeado de cães a ladrar nas casas em volta, ele ofereceu-nos vinho. Fomos para a varanda, mas ele, Cristina, Vanda Larga e o seu amigo, ficaram na sala a ver Big Bang Theory. Andrè queria tocar no baixo, mas não o deixaram. Na varanda recordámos que tinhamos visto o Nosso Senhor a dançar no telhado da casa em frente, todo vestido de preto (e eu por acaso via-o com o cabeo curto e loiro como na Vanilla). Chico Norris foi-se embora porque estava com cólicas e DJ veio acompanhar-nos. Ficaram a falar sobre música enquanto eu adormeci um bocadinho e concluiram que quando fizerem festas dos 00s, tal como hoje fazem festas dos 80s e dos 90s, iriam passar Arcade Fire, o Fogo da Arcada que eu espero ir ver no SBSR este ano se os exames assim o permitirem.

    Insisti que fôssemos embora pelas quatro e meia, dado o meu medo de ficar em terra como da outra vez. Descemos e Cristina revelu o seu medo de voltar para casa sozinha, dado que "os pretos nunca dormem". Espero que os Pretos da Noite não a tenham assaltado.

    E assim voltei para casa.

    Na semana seguinte voltei a Almada. Queria sair no Sábado, para celebrar o meu terceiro lugar nas preliminares do Eurocosplay. É verdade que éramos só três, mas sinto-me muito orgulhosa com o meu terceiro prémio, em cuja apresentação fiz uma performance ao som da música dos CocoRosie que citava "Se todos os anjos são terríveis porque lhes dás as boas vindas Se todos os anjos são terríveis porque lhes dás as boas vindas Se todos os anjos são terríveis porque lhes dás as boas vindas Tu dás o poleiro Eu dou a pele E banho-me à luz da lua Devo tremer como um gatinho Crianças de olhos azuis criadas como os filhos e noivas do Hitler Como rapazes que ajem como rainhas Se todos os anjos são terríveis porque a vês a dormir Tens roxo nos anéis e as flores não têm perfume E a criança foi abortada" E durante esta apresentação eu reguei-me com um regador, e meti-me debaixo de um cobertor e agarrei-me ao ventre a gritar e atirei-me ao chão causando duas severas nódoas negras nos joelhos.

    Enfim, Chico Norris foi-me buscar a Cacilhas e eu dei-lhe uma fita. Fomos para o café do Ivo onde nós falámos de plataformas de petróleo, barragens e do poder da água. Depois chegou o Andrè e falámos do Exorcista, do qual eu só vi bocados porque tenho medo de ver tudo. Contei-lhes da vez em que fui ver a Casa de Cera em Santarém, na última sessão, e depois tive de voltar, à uma da manhã, sozinha para casa. Fiz o caminho de dez minutos cheia de medo a pensar que o homem da casa de cera estava em todas as esquinas, prestes a matar-me e a cobrir-me com era para ser só mais uma estátua entre todas as outras.

    Johnny informou que estava na antiga Tasca do Cão, que agora é um bar relacionado com surf e já não tem cão (um cão bem grande, bem simpático e bem preto, era como o cão da morte do livro do Harry Potter, mas mais fofo, era um cruel queriducho). Lá fomos ter e também estava á DJ e a Ana Maria. Acabei de lhe dar este nome, da outra vez ela foi chamada "amigas que vinham com Johnny", acho que ela tem aquela aura semi-trágica mas feliz da Ana Maria do filme Todos os Cães Merecem o Céu, por isso dei-lhe este nome. Todos observaram os meus grandes olhos azuis e congratularam-me pelo terceiro prémio (antes de saberem que éramos só três). Dei uma fita ao Johnny. Pedimos uma sangria, deu dois copos a cada um, e fiquei mais contente. Depois revelei a minha bolsinha chinesa, desta vez eu tinha-a trazido, e fomos para as piscinas. Entretanto alguém falou de algo para adultos, e eu achei por bem mencionar o facto de que tinha um livro para adultos dentro da mala.

    Kiss All the Boys era o nome do livro. Expliquei a história enquanto o manuseavam e viam as imagens que lá estavam dentro. Este livro, que é uma colecção de três volumes, fala sobre um homem que escreve banda desenhada pornográfica, e que é impotente. Entretanto, o seu filho homossexual vai viver com ele. Descobre-se que o seu melhor amigo está apaixonado por ele e entretanto ele tem um caso com o vizinho. O filho dele tem um apaixonado, que é o Tama-kun, cuja irmã é uma estrela de filmes porno. Por isso o miúdo tem medo de se relacionar e vêm os dois, o puto e o escritor, a ter um caso também. Mas depois acaba tudo em bem e pai e filho redescobrem uma relação que não tinham um com o outro (e que não era, na realidade, incestuosa, apesar de parecer pelo curso que a história tomou entretanto). Também revelei que escrevo homoerótica nos meus tempos livres, quando não estou a escrever actas, nem histórias para crianças, nem a coser roupas, nem a ver desenhos animados, nem a etc. Johnny perguntou-me de onde isto apareceu e eu expliquei que uma vez o meu stepfather me trouxe uma revista com um artigo sobre banda desnehada japonesa. O título do artigo era "Amor entre eles para elas". Depois fui pesquisar e encontrei Ai no Kusabi, animação maravilhosa (9 em 10 na minha classificação) de 1992, primeira animação do género a ser alguma vez feita. Significa "No limite do amor", e fartaram-se de gozar comigo por causa disto. Eu disse-lhes que não conto isto a toda a gente, e a verdade é que não o conto a toda a gente quando não me perguntam, mas não me importo que se saiba, até porque posso ganhar mais leitores. Bem, apesar de terem gozado comigo acho que perceberam o objectivo da coisa: são histórias de amor entre homens escritas por mulheres para mulheres lerem.

    Nas piscinas Johnny abriu a garrafeira que tinha, mas não apenas, a Coisa Rosa que eu e a Cristina tinhamos obrigado toda a gente a comprar em Nárnia. Recordámos Nárnia e depois Johnny revelou um certo plano maléfico em que eu não tenciono participar por uma série de motivos lógicos.

    Durante todo este tempo eu estava a sentir-me só e confusa, mas ninguém me ligava nenhuma. Consegui, no entanto, observar o potencial da franga da Ana Maria.

    Depois fui-me embora e entrei em paranóia no barco, cheia de medo de um grupo de Pretos da Noite que estavam claramente a vigiar-me e a prepararem-se para me matar. Fugi deles até chegar a um taxi e depois pensei que o taxi me fosse raptar, porque foi por um estranho caminho.

    E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.