terça-feira, 26 de abril de 2011

Três Eventos


No dia dezasseis, vinte e dois e vinte e quatro de Abril de dois mil e onze, pelas várias horas, realizou-se em distintas localizações várias reuniões presididas por mim, McSousa e PCP e com a presença de vários e com a seguinte ordem de trabalhos.

Este presente documento tem em mente três distintos momentos de distintas categorias que, por falta de vontade de relembrar algumas situações que envolvem a minha imaginária pessoa, foram fundidas feito Sangoku numa única acta.

Primeiro evento: o ir ao Bairro Alto

Estava bem vestida, comecemos por aí. Tinha ido às vacas com o meu conjunto floral e botas de borracha e sido chamada de Anita vai à Quinta. Depois fui ter aula com o meu conjunto floral e fui chamada de Anita vai à Cirurgia. Conheci uma menina pequenina, irmã de uma colega, que pensava que eu era mesmo assim todos os dias. Depois fui falar com toda a gente e toda a gente me disse que iam a um concerto de guitarra acústica nos Capuchos. Isto entristeceu-me profundamente, pois por momentos pensei que fosse ficar a noite de sexta-feira em casa. Entristeceu-me tanto que fui absolutamente desmotivada para o Bairro Alto ter com não sei quem, mesmo que fosse sozinha não me fazia diferença. Precisava de sair de casa. De uma forma ou de outra, estava lá a Ivone, no aniversário do Spear, por isso podia ir ter com eles e mostrar a minha faceta colorida aos meus colegas da faculdade que ainda não a viram.

Mas depois mandaram mensagem a dizer que garantidamente vinham ao Bairro Alto e aí fiquei mais feliz. Mas não deixa de, de certa forma, ter sido desesperante esperar por todos no Camões.

Ficámos muito tempo em frente do Rua. Em frente do Rua descobrimos um bar com uma sangria de frutos vermelhos, que acabou num instante, precisamente no momento em que eu a ia comprar. Em frente do Rua, também, um monhé maligno tentou vender-nos óculos escuros. Johnny perguntou se ele fumava, e ele ficou hesitante. Mas depois acabou por nos vender três pares de óculos escuros, cada um mais estranho que o outro. Depois sentei-me ao lado do Andrè e expliquei-lhe que estava triste e porque é que estava triste. E devo ter parecido mesmo ridícula, porque me parti e depois demorei a apanhar os meus bocados. Entretanto, eu tinha uma prenda para o Spear, que já tínhamos começado a beber e já ia a meio. De repente, apareceu a Ivone. A Ivone disse-nos onde estavam eles e nós decidimos ir buscar cerveja antes. Fomos buscar cerveja ao pé do Indie Rock e depois ficámos lá um bocado a cantar Ornatos Violeta (e a sua discografia enorme). Andrea roubou o meu chapéu, que me tinham proibido de continuar a usar porque Anita vai ao Bairro Alto era algo demasiado perigoso para ser continuado. Mas depois devolveu-mo. Adoptámos um Filósofo pelo caminho.

Descemos e procurámos a Ivone. Encontrámos a Ivone e eu dei ao Spear o resto de Moscatel que era a prenda dele. Bebeu-o de um só trago. Depois perguntámos se a Ivone teria verde, e ela deu-nos verde. Não era essa a minha intenção quando lhe perguntámos, mas ela foi fofa e ofereceu-nos à mesma. Abracei a TaSi e outros colegas, e entretanto o Bushes vinha a descer a rua e abracei-o também. Ele disse que os meus abraços eram bons, e ainda bem porque eu treino muito. Eles foram para o Lux e nós fomos para o Berlin.

Dentro do Berlin é que as coisas começaram a correr mal. Não me aguentava em pé, não aguentava o calor, não aguentava a música. Saí. Entrei. Voltei a sair. Fiquei. Morri. Depois tentei levantar-me e o mundo não ficava quieto, por isso tive medo e tive raiva de ter medo e de estar a meter medo a toda a gente, mas tinha medo à mesma. Agarrei-me ao Chico Norris com todas as forças e ele, com todas as forças, evitou que eu caísse e morresse ainda mais. Depois pedi para me dirigirem a um lugar mais discreto, e alguém – acho que foi o Filósofo – me deu um copo de água com açúcar. Depois disso a história chama-se Anita vai ao Grego.

Segundo Evento: poker em casa da McSousa

Sexta-feira seguinte era noite. Tinha estado bastante doente com um vírus de estirpe H1, mas estava mais ou menos curada. McSousa, à falta de melhor programa e porque não queria passar frio (estava algum), convidou um jogo de poker em casa dela. Peguei no meu casaco mais quente, o que tem pêlo na ponta, e lá fomos.

Quebrei a minha dieta a comer línguas de gato com o paté de atum da McSousa.

Depois ensinaram-me a mim e ao Peru a jogar ao poker. Jogámos, mas entretanto estavam sempre a sair-me mãos manhosas e comecei a revoltar-me. Durante esta noite Andrè viu Meca e Jerusalém, onde Cristo estava – alegadamente – a ser crucificado. A varanda dos fumantes era muito baixa e causava certo medo de cair lá para baixo e morrer. A conversa pairou no sexo muitas vezes, mas consegui categoricamente evitar participar.

Ganhei dois euros no poker e depois jogámos ao olho. Devo esclarecer que cada conjunto gigante de fichas valia um euro, por isso ganhei duas vezes aquilo que investi, com ajuda do Peru, que me ofereceu os doze cêntimos que lhe tinham sobrado.

Entretanto eu e McSousa dançámos sincronizadamente enquanto Andrè fazia o Robert Smith cantar na sua t-shirt.

Depois houve intensa discussão entre Johnny e Chico Norris. Tão intensa que até a Groupie (Groupie do Guitarrista, evidentemente), se lançou aos gritos a ladrar. Não podíamos fazer barulho, por causa dos velhotes que dormiam no quarto em baixo, e o Guitarrista fartou-se de ralhar comigo como se eu fosse uma criança mal comportada. Coisa que sou, mas não deixei de me sentir intimidada. Este dia já havia sido marcado pelo drama, drama esse que tenho tentado evitar a toda a força simplesmente não participando nos momentos decisivos, drama esse que já tinha gerado discussões. E de repente uma outra discussão, tão desagradável. Tão escusada. Porque não podemos todos perdoar-nos uns aos outros? Eu prefiro guardar todas essas opiniões para mim e não incomodar ninguém. Dizem-me que tenho de deixar de ser neutra ou acabo sozinha, mas se eu disser as minhas opiniões que ninguém gosta, mais depressa acabo sozinha. Vamos acabar todos sozinhos façamos o que fizermos, e isso deprime-me, foi por isso que eu deprimi no primeiro evento. Mas até lá, devíamos viver todos na paz.

Para acalentar mais a discussão, o Guitarrista sugeriu jogarmos ao lobo. Como eu estava sempre a ser morta, passei a ser eu a contar a história, e contei-a com todos os detalhes possíveis. Chico Norris não gostou da minha história.

Depois fomos embora, apanhei o barco e fui para casa.

Terceiro Evento: 25 de Abril

Neste dia fui quebrar a minha dieta a um bom restaurante de comida tradicional, onde me enfartei com queijo de cabra até não caber mais nenhuma substância comível. Depois tentei sondar o destino das pessoas. Aparentemente iam para o Seixal, onde não me apetecia nada ir porque era tão longe e depois não tinha maneira de voltar. Além disso, tinha estado a ouvir os Deolinda, a banda que ia tocar ao Seixal, e não apreciei a música em que ela finge que é Brasileira e falha tanto que até faz doer. Entretanto descobri que a McSousa esta disponível para me aturar durante a tarde e segui para Almada. Lá chegada, descobri que lhe deram um copo na BP.

Fomos ter com a Andrea e o Wolverine ao café do teatro, que por acaso estava aberto e que, por acaso, não tinha mais ninguém. Lá admiramos a funcionalidade de a minha saia funcionar como mesa, graças ao saiote que tinha por baixo. DJ havia telefonado a falar de um jantar e descobrimos que afinal íamos todos ao mesmo jantar. Seguimos, ainda ficámos um tempo dentro do carro a olhar para o catálogo da Mango. Entretanto os meus novos sapatos do Principezinho começaram a apertar o meu dedão com alguma insistência.

O restaurante era Grego, e tinha comida Grega, mas não parecia ter gente Grega. Estava-me a doer a cabeça e a garganta por isso pedi a Andrè que me trouxesse medicina quando viesse. A doença ainda estalava em mim. Não bebi nada, só água, e a minha alimentação reduziu-se aos vegetais. Descobri que foi McSousa a pessoa que deu ao Macau a notícia da Catraia, a tal de que a Enfermeira Joana tinha falado. Chegou o Chico Norris, ficámos a admirar uma loja de tralhas um bocado mais à frente e eu concluí que aquela loja era uma entrada para a Diagon-Al. Passámos em casa do Chico Norris para ele me trazer um benuron, e depois deixei os meus sapatinhos no carro da McSousa, porque o meu dedão estava a chorar.

E fomos para o local das festividades. Lá encontrámos Andrè e Johnny, mais amigas, e fomos para um local resguardado ver lesmas. Existiam várias lesmas de vários tamanhos. Johnny deitou-lhes álcool em cima e elas pareciam absorver, como esponjas. E lá andavam elas todas bêbadas, a dirigirem-se ao tabaco e outras coisas. Uma delas envolveu um papel como se fosse um poring de Ragnarok. Depois acumularam-se todas num canto que devia ser o ninho, pois havia lá uma pequena, e espalharam o álcool em sua volta. Era uma lesma party. Johnny perguntou se eu queria ter filhos, e eu disse que sim, desde que ficassem sempre pequenos, para eu os vestir. O que é inteiramente verdade, e já pensei muito nisto e chego sempre a esta conclusão. Para os vestir com roupas fofinhas.

Voltámos e havia um mar de gente. Uma certa criatura de “ritmos quentes” abanava-se no palco. E depois veio gente discursar. Isto perturbou-me, certamente, porque parecia que lhes ia dar uma coisa má, ou uma epifania, ou algo assim. Acabaram e ao som do Grândola Vila Morena começou o fogo-de-artifício. E foi a coisa mais linda de se ver. Estavam tão próximas de mim, as luzinhas, e havia algumas que eram estrelas, outras que eram purpurinas. Depois eu e McSousa olhámos melhor e vimos um balão em forma de unicórnio (com asas) a voar em direcção ao fogo-de-artifício. Ele voou, e voou tão longe que se transformou numa estrela. Foi tão bonito. Se bem que o remix das músicas que passaram durante o fogo foi certamente estranho.

A party de lesmas continuava lá. Passámos pelo sítio onde tínhamos estado, eu, Andrè e Chico Norris, e estava lá uma criatura que me fez medo. Demos uma volta maior e procurámos mais escadas, mas em nenhum sítio era bom e voltámos para o mesmo canto. A criatura que me fez medo avia desaparecido. E Johnny chegou. E voltámos.

Ouvimos um concerto de uns tron treko tetrapot não sei das quantas, e eu durante o tempo todo imaginei a mais estranha das fanarts de Vocaloid, que era com todos os personagens reunidos num círculo, no meio do Bairro Alto ou assim, a enrolar uma ganza todos contentes, mas cada um com o seu estilo e cada um a fazer mais ou menos a sua coisa, um a fumar, a outra a beber uma litrosa, e assim por diante. Hei-de tentar fazer isso.

E entretanto passou a minha hora de ir para casa e ficámos condenados a ficar lá para sempre. Sentámo-nos na esplanada do café do outro lado dos fogos e lá esperámos. McSousa foi-se, na companhia de um amigo dela que era médico mas que ela nem sequer me apresentou (apesar de ter dito para eu lhe piscar o olho apesar de ele não ser giro. Quem diria!), e chegaram os outros.

De repente, senta-se um homem na mesa, à nossa frente, e fica um bocado de tempo a olhar para mim. Eu fico também um bocado de tempo a olhar para ele. E processa-se a seguinte conversa:

“Olá”

“Olá”

“Eu hoje faço 35 anos”

“Parabéns”

“Tenho de ir, que a minha mulher já está fodida”

“Boa noite”

E, do nada, apareceram Johnny e a Libelinha, que vinha a reclamar que ninguém lhe ligava nenhuma e ninguém lhe dizia nada. Pois. Depois apareceu a Cristina e o seu irmãozinho, vindos directamente de Deolinda, que tinham adorado. E fomos para as piscinas.

Nas piscinas jogaram à bola e entornaram uma garrafa de sangria em cima da minha otome saia com fotos de cães dentro de molduras e com um saiote por baixo. Eu e Andrè isolámo-nos e ele disse-me que estava com pressa e ânsias e eu disse-lhe que não valia a pena. Jogámos ao Lobo outra vez, e eu fui a contadora da história por isso tive de inventar cada vez mais histórias diferentes, coisa que incomodou o Chico Norris de sobremaneira. Mas eu não podia fazer outra coisa, pois era a única maneira que eu tinha de me divertir no jogo. Apareceu a polícia, que nos disse que podíamos ficar mas para ficarmos mais silenciosos. E chegou a minha hora.

Descemos a toda a pressa para Cacilhas, onde me despachei para ir apanhar o barco. A cancela estava fechada e dizia Fim de Embarque, olhei para o segurança em pânico e à medida que ele se aproximou para ver o que era as portas abriam-se. Por isso passei por baixo da cancela e corri.

                E no barco tive a seguinte trip:

[20:11] <ladyxzeus> let me share the trip with you guys
[20:11] <ladyxzeus> i arrived home thinking about talkingabout it
[20:12] <ladyxzeus> but nobody was online
[20:13] <snomennescio> :D
[20:13] <snomennescio> Please do :D
[20:14] <ladyxzeus> so, i was coming back from the city wheremy friends live, at the other side of the river
[20:14] <ladyxzeus> to get through the river, we have to go ona boat
[20:14] <ladyxzeus> and they have this new huge boat, that isalso a ferry
[20:14] <ladyxzeus> it's blue and white inside
[20:15] <ladyxzeus> so, i sat a bit away from everyone
[20:15] <ladyxzeus> but immediatly after, two ladies sat infront of me
[20:15] <ladyxzeus> but instead of sitting right next to each other, they sat with a seat between them
[20:15] <ladyxzeus> they were talking loud all the way, theywere probably working during that morning (this was the firstboat of the day at 5:20 am)
[20:16] <ladyxzeus> ah, and faced to the seats, there is ahuge window that lets you see the river and the city
[20:16] <ladyxzeus> anyway, i was thinking about what shouldi do when i got home, because i was still high and had nothingto do
[20:16] <ladyxzeus> suddenly, it occured to me that i shouldtalk about elizabeth
[20:17] <snomennescio> heh
[20:17] <ladyxzeus> and i pondered
[20:17] <ladyxzeus> what actually makes elizabeth atrustworthy character
[20:17] <ladyxzeus> i concluded at first that it was the eyes
[20:17] <ladyxzeus> they have no eyelids for most of the time
[20:17] <ladyxzeus> and they were bright as daisies
[20:17] <ladyxzeus> then i concluded that it was the fact thatit has no fingers
[20:18] <ladyxzeus> therefore its hands were made of metal
[20:18] <ladyxzeus> of magnets, to be more specific
[20:18] <ladyxzeus> and, inside, the whole creature was ametal cross
[20:18] <ladyxzeus> which makes elizabeth equivalent to jesus
[20:19] <ladyxzeus> that would be the reason why it onlytalked through writing sentences in boards
[20:19] <ladyxzeus> because if we hear the voice of jesus
[20:19] <ladyxzeus> we could die
[20:19] <ladyxzeus> and it just liked us enough to not to kill us
[20:19] <snomennescio> Nice
[20:19] <ladyxzeus> the hairy legs were another issue iconsidered

[20:19] <ladyxzeus> in fact, i considered about the pattern ofthe boxer shorts the hairy legs were using
[20:20] <ladyxzeus> and then i concluded jesus was a hairyand smelly otaku without a girlfriend
[20:20] <ladyxzeus> that's why that episode in which elizabethgets a family exists
[20:20] <ladyxzeus> to transmit the fact that it's not real
[20:20] <@santetjan> that makes me think of that mangaabout jesus and buddha.
[20:20] <ladyxzeus> through that episode
[20:20] <ladyxzeus> they transmited the fact that the conceptof family
[20:20] <ladyxzeus> can't be achieved with the actual state ofsociety
[20:21] <ladyxzeus> and the rest was me thinking on how toturn this into a logical text
[20:21] <ladyxzeus> ta-da =_=
[20:22] <@santetjan> well. i'm sure he/she/it/they is nowcertain to be inducted.

E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.


^É “a” Elizabeth

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