quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Festa do Coelho

    No dia doze de Fevereiro de dois mil e onze, pelas cinco horas, realizou-se em Almada e Bairro Alto uma reunião presidida por mim e com a presença da turma de Johnny, DJ, Chico Norris, Dori, Ricky, McSousa, Andrea e outros que chegaram à noite  e com a seguinte ordem de trabalhos.

    Uma reunião para falar de Santarém, uma ida ao Bairro Alto, uma tentativa de ida a uma festa sobre coelhos e uma Acta.

    Primeiro fui a Almada, para falar de Santarém. Tínhamos de decidir coisas como datas, alimentos e estupefacientes por isso obriguei toda a gente a fazer uma reunião social. Decidimo-nos pelo dia, que faremos a lista de compras posteriormente e uma série de coisas que terão de ser escondidas, nomeadamente o escadote, o xilofone, as tintas e menta. Também há que fechar o poço e dar um presente aos vizinhos. Escrevi tudo na agenda, mas a agenda ficou no carro da McSousa. O escadote tem de ser escondido porque eu tenho uma porta elevada que permite andar sobre o soalho. No entanto podemos brincar com as ferramentas, como serrotes e martelos, com o corta relva, com tesouras de podar (segundo Chico Norris poderíamos mesmo podar ovelhas). Podemos também olhar as estrelas deitados na rede, mas não podemos ir para dentro do poço. Aliás, teremos de arranjar forma de delimitar correctamente o poço, quiçá com as fitas delimitadoras amarelas do Crime Scene Investigation. O meu poço é claramente uma conexão virtual ao Madouka e ninguém tem desejos de ir lá parar neste momento. Peço desculpa por isto, “Santarém”, ser um pequeno mistério para muitos de vós leitores de actas, mas – como devem calcular – quer-se o maior secretismo quando se fazem planos de dominação do mundo. … … … … Oh bolas.

    Durante esta reunião social bebi chá e comi uma torrada em pão alentejano. Porque a minha nova dieta envolve factos como comer de duas em duas horas, o que é extremamente complicado.
   
    Depois fui a casa de McSousa lixar jóias para cosplay. Ainda a consegui assustar enquanto secava o cabelo. E apesar de eu ter um verdadeiro mundo na cabeça, o Chopin não me ligou nenhuma. Porque sim, já na reunião social Andrea tinha virado gato em confronto com a minha cabeça. Eu decidira, nesse dia, levar todos os ganchos que tinha em casa, ao mesmo tempo. Não couberam todos na minha cabeça, mas couberam os coloridos que comprei à Shing por três euros. E as minhas orelhinhas de coelho também. Isto é relevante, porque depois era suposto irmos a uma festa temática do ano novo chinês e, como é o ano do coelho, eu levava orelhas.
   
    Jantámos no restaurante Japonês, onde tive de ensinar toda a gente a comer os sushis sashimis com as mãos e onde demonstrei a minha prática a segurar pauzinhos. Depois DJ foi ver um concerto de um homem cego e Johnny foi a uma festa. Também estavam no jantar um casal que eu conhecia mas não fui capaz de reconhecer. As minhas pulseiras voaram-me do braço e uma delas partiu-se. Só uma conta, mas ainda assim fiquei triste. Ouvimos o CD viagem da McSousa no seu carro, envolvendo a música da vaca, a música das Navegantes da Lua e a música do Samurai X. No barco para Lisboa, telefonei à minha mãe para lhe dizer que tinha de estar na Ramada num concurso de cosplay às duas e meia, se ela me podia levar, e ao meu pai a dizer-lhe das nossas de decisões de Dominação do Mundo. Falámos de como Andrea tinha sido uma irmã horrível para o Carlinhos e havia falsificado uma carta de Hogwarts a dizer que ele tinha entrado na escola de magia (o pequeno acreditou, coitadinho). Subimos a estrada e Andrea ensinou-nos a técnica de ressuscitação dos Beegees, o que daria um excelente tema de tese. Fomos ao Caricaturas buscar um Dragon Ball, do mal porque é mais fácil de beber, e encontrámos à porta a Ra-Kim-Sun – irmã de Sa-Kim-Sun - e amiga. Falavam em inglês com um senhor de extremo mau aspecto, não querendo ofender. Falámos sobre o concerto do Miyavi e sobre as pitas. Comentámos o concerto da Nana Kitade e a possibilidade de vir cá a Nami Tamaki cantar o seu anti-hit High School Queen. Eu juro que se a Nami Tamaki cá vier a spamo com e-mails dizendo “tocai a High School Queen”, até que ela toque a High School Queen e nos faça a todos felizes.

    Fomos para o Indie Rock. Comprámos uma litrosa e McSousa e Andrea voltaram para trás, para ir buscar um Pontapé na Cona. Falámos sobre como a palavra “cona” é feia e vimos o esperma no chão (um cartãozinho, possivelmente vindo de um maço de tabaco desfeito, que dizia “o esperma”. Nada de horrível!) Depois Andrea e McSousa voltaram e falámos mais da palavra cona. Andrea entrou em modo peixeira, que é o seu modo bêbado em que manda vir com as pessoas e diz “o ar é de todos o ar é de todos”. Em resposta ao ar é de todos comecei a tocar-lhe, a poká-la, nas fauces, o que – espero eu – seja algo ainda mais irritante que o facto de o ar ser de todos. Andrea tirou mais fotos à minha cabeça e encontrámos mais um dos dizeres que citam “adultos com amigos imaginários são estúpidos”.Claro que no stencil eles não se referem a amigos imaginários como eu ou como o Pipi Pantufa, mas sim ao nosso Senhor, Alá ou Zeus. Bem, Zeus é capaz de não entrar na equação, esta gente costuma ser contra as religiões tradicionais, apenas e só. Depois cantámos e cantámos muito. Ricky achava que era um baixo, mas McSousa esclareceu-lhe que era um barítono e que devia ir à procura de musicais, um musical qualquer que goste. Ricky não quis, porque o que quer é fazer um showcase de fados. Mas se o fizer em Dominação do Mundo eu não o vou ouvir e vou falar com o Infeliz se for o caso.
   
    Algures por aqui McSousa e Andrea foram buscar outro Dragon Ball. Eu e Dori, não ficando atrás, fomos buscar um vodka limão ao Indie Rock. Entretanto chegaram T., F., Wolverine e a A e ficaram lá connosco. Falei à A de fotografia e tentei ver se ela me fotografava em cosplay, mas aparentemente só o Zé Gato é que tira fotos de jeito e ela não. Pelo menos foi o que me pareceu, porque ela só dizia para eu lhe pedir a ele. Depois ninguém falava comigo, nem mesmo o Chico Norris, que ficou todo zangado e triste por eu ter saído dali, e eu saí dali. T. disse-me para eu dançar como um cisne, porque tinha um tutu, e eu dancei como um cisne. Depois expliquei a história do Lago dos Cisnes que, para quem não sabe, é sobre a princesa Odete que é transformada em cisne e depois se apaixona por um príncipe e depois o príncipe apaixona-se por Odile, que é o cisne negro criado pelo feiticeiro mau para seduzir o príncipe, e depois o cisne mata-se e é o fim. Falei um longo pedaço com T., mas começa a parecer-me que ele está sempre a gozar comigo quando fala comigo, por isso não vou voltar a falar longamente com ele. Porque eu sei que ele é um ser humano e tudo o mais, mas não gosto que gozem comigo indirectamente, prefiro que sejam directos a dizer que partes de mim é que acham engraçadas e que partes é que não têm graça.
   
    McSousa e Andrea voltaram, aparentemente ofereceram-lhes o Dragon Ball. Provavelmente porque McSousa é a grande voz do anúncio do Pingo Doce. E ficámos ali a falar e a cantar, apesar de Ricky estar sempre a insistir para irmos para a festa, não me apetecia nada, só queria ficar a falar e a cantar, a falar e a cantar. Falei e cantei e depois Ricky insistiu tanto, e ganhou Dori para o seu lado, que eu fui para a festa. Talvez eles depois fossem lá ter, mas não iam, nem foram. Descemos, descemos, descemos, descemos, subimos, subimos, subimos e depois começou a minha saga do chichi. A uretra feminina é algo misteriosamente pavoroso. Foi por causa da saga do chichi que eu não me lembro do que falei e cantei, porque comecei a delirar. Chegámos à festa e a festa tinha acabado de acabar. Por isso acabei por concretizar o chichi atrás de umas obras, e foi de proporções épicas. Já não usava a rua de banheiro pelo menos desde os Santos Populares de há dois anos! Foi um alívio tão grande que até Dori e Ricky se sentiram aliviados também. Depois fomos para as oliveiras olhar o rio e falar sobre o rio, e eu voltei a ver o SS Navy do Pokemon no horizonte. Acho que o SS Navy se apanha, na realidade, no Montijo.
   
    Parece que foi pouco, porque não sei do que falámos, mas foi uma noite mesmo interessante. Depois quando voltei para casa, ainda estava infeliz por ter deixado a McSousa e a Andrea lá em cima, por isso adormeci e sonhei que estávamos todos juntos e assim continuámos a sair.
   
    E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.

1 comentário:

  1. isso é mentira! usaste a rua como wc em tomar! ou ervas não contam?

    Esqueceste-te de mencionar que eu e Andrea obrigamos o ricky a provar c$%& =D

    Há partes foscas.. não me lembro de tudo.. ainda bem que há actas!

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