quinta-feira, 28 de abril de 2011

Piquenique dos Pokemons

    No dia dezasseis, vinte e seis de Abril de dois mil e onze, pelas onze horas, realizou-se em Quinta das Conchas uma reunião presidida por Shing e com a presença de diversos Pokemons e com a seguinte ordem de trabalhos.

    Um piquenique e uma acta.

    No dia de Páscoa, estava esta personagem dirigindo-se para almoçar grandiosamente, quando foi recebida uma mensagem informando de certo piquenique se iria concretizar na Quinta das Conchas, onde eu nunca tinha estado mas onde já tinha sido convidada para ir, nomeadamente por Ivone. Assim, no dia marcado, imediatamente após ter sido (aceite) num estágio curricular em Telheiras, dirigi-me certa de que estava atrasada ao metro da Quinta das Conchas.

    Afinal não estava atrasada, pois ainda estavam todos dentro da estação do metro. Admiraram a minha cesta de verga, obtida especialmente para fazer coordenações de roupa primaveris com cogumelos, e continuámos à espera de uma outra criatura que estava, nesse momento, saindo da sua casa na Bela Vista. Convenci-os a irmos indo para o jardim onde poderíamos esperar pela tal pessoa. Em vez de irmos para o jardim, fomos para uns bancos em frente da estação de metro, onde encontrei um cd de instalação de router e onde a populaça manifestava sinais evidentes de novafagice. Isto deixa-me, certamente, desconfortável, e devo apelar à primeira regra. Mas não a apelei na altura par não criar mau ambiente.

    Entretanto chegou o tal que vinha atrasado, mais uma rapariga magrinha. Fomos para o jardim, onde admirámos os Magikarps do lago e onde vimos um Magikarp Shiny, gigantesco. Depois comi a minha salada de alface, tomate cherry e peru, que tinha preparado especialmente dado que não posso comer batatas fritas. Estenderam duas toalhas de praia no chão e lá ficámos. Misteriosamente, apareceu o ファビオ・さん.Ele disse-me que nao havia aula de Japonês nesse dia, e eu expliquei-lhe que estava ali a propósito da Shing. Não lhe disse como estava contente por me terem convidado, mas a realidade é que estava mesmo contente, apesar de ser a única pessoa de saltos altos, porque para mim a socialização é uma coisa muito importante para a minha vida e gosto sempre de socializar com pessoas diferentes. Acabado o almoço, decidi fabricar um digestivo. Foi um fabrico acidentado, em que me esqueci de vários elementos, tendo de refazer o objecto para o conseguir ter apresentável. E, assim, descobri que ninguém à minha volta era fã de digestivos e que, até este momento, devem pensar que sou uma maluca.

    Falámos mal da Lumy e da Leo, que nunca me trataram especialmente mal e que espero que nunca o façam porque eu também não lhes quero mal nenhum. Falámos dos nossos projectos de cosplay, em que eu concluí que só faço cosplay de badalhocas. Ninguém conhecia a Meroko, no entanto, o que revela que eu vejo demasiado anime.

    Entretanto fomos ao café e aproveitei para comprar água. Todo o jardim me parecia uma enorme, uma gigantesca seara. Caminhámos muito tempo na seara.

    Contei as minhas histórias mais estranhas para entreter as pessoas e parece-me que gostaram. Pedi a todos que se apresentassem, mas não foi uma apresentação convincente porque não me lembro dos nomes de ninguém, excepto de uma Safira e de um Mochi ou Motchi ou Moxi, por aí. Reparei que as pessoas à minha volta se iam deslocando progressivamente até sairem de um sítio para estarem noutro. Alguns jogaram à bola, à rabia, outros saltavam à corda. Eu apenas admirei a situação e esperei que me falassem, porque queria conversar. Disse à Shing para não ter tanta raiva dentro dela, e ela falou-me da raiva dela. Eu consideri que a raiva até poderia ser justificada, mas que mesmo assim é mais simples quando vivemos todos na paz.

    Depois o tal Mochi ou Motchi pôs um casaco do Ash Ketchum (ou Red), um boné do Ash Ketchum (ou Red) e agarrou em pokebolas e meteu-se a caçar pidgeys, psiducks, squirtles e magikarps. Eu informei Andrea disto imediatamente, porque era uma visão certamente surreal, e depois pensei que bonita sessão de fotografias seria meter este Ash Ketchum a apanhar pokemons da vida real em Lisboa e arredores. Chamar-se ia Toni Ketchum ou Manel Ketchum e as fotografias seriam cruas e frias, com azulejos de tasca e com manchas de chichi nas paredes. Acho que lhe vou falar sobre isso. Eu contei-lhe que fiz cosplay de Arcade Star Dahlia mas ele, apesar de ter jogado os jogos de Pokemon todos de trás para a frente e na diagonal, não a conseguiu localizar. Mas eu não estava a mentir, e fiz realmente cosplay desta criatura.


    Depois ele e o ファビオ・さん sacaram de cartas pokemon e puseram-se a jogar. Eu já não me lembrava como se jogava, apenas me lembrava que a minha colecção de pokemons vintage está avaliada em qualquer coisa como quinhentos euros, mas voltei a aprender e quase que tive interesse em voltar a fazer um baralho e jogar. Os bichos são engraçados.

    Apareceram uns putos que me pediram um isqueiro. Foram mal educados, podiam ter dito "é só para fazer uma ganza" em vez de dizerem "olha, já te devolvo". Ainda assim desejei-lhes uma boa trip quando voltaram.

    Depois decidiram que iam passear à Jikai, loja de banda desenhada e outras coisas do género, e eu achei que não valia a pena ir para uma loja apenas olhar para as coisas, gritar, e não comprar nada. Por isso fui-me embora. ファビオ・さん concordou comigo e veio embora também.

E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, a Amiga Imaginária, na qualidade de secretária, que a redigi.

1 comentário: